Por Assessoria Parlamentar
O deputado estadual Francisco Gualberto (PT), vice-presidente da Assembleia Legislativa, disse na sessão remota desta quinta-feira (13) que a população sergipana precisa saber a verdade sobre o presidente Jair Bolsonaro que visitará Sergipe na próxima segunda-feira (17). Sabe-se que o presidente irá participar de eventos na Celse – Centrais Elétricas de Sergipe -, e na Fafen – Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados. Mas Gualberto alerta que esses empreendimentos não têm nada a ver com o governo de Bolsonaro. Pelo contrário.
De acordo com o deputado, é importante lembrar que a Celse é uma empresa privada, e que está em Sergipe pelo trabalho dos governos Jackson Barreto e Belivaldo Chagas. “O governo federal não teve qualquer ação positiva. Devo lembrar que a Celse compra gás no Catar e trás a Sergipe através de navios porque o GF não ajudou em nada. Portanto, trazer do Catar fica mais barato do que comprar o gás que existe aqui. Inclusive, diariamente há queima de gás excedente aqui no Tecarmo, em Aracaju”, disse Gualberto, enfatizando que nesses aspectos o governo federal gerou dificuldades para instalação da empresa na Barra dos Coqueiros.
Sobre a Fafen, Gualberto lembra que era uma empresa estatal, mas que agora vai para o controle da iniciativa privada. “É importante dizer que o Brasil já importava 82% do fertilizante que consumia, sustentando um verdadeiro cartel na iniciativa privada. Quem atrapalhava um pouco isso e evitava a prática de preços mais altos ainda nos fertilizantes era a presença da Ultrafértil (PR), e Fafen (SE, BA). Mas agora cerca de 95% dos fertilizantes utilizados na agropecuária deverá ser importado, ou seja, o cartel aumentou. E isso significa mais aumento de preços da alimentação no Brasil”, afirma o parlamentar.
Quanto à pandemia do coronavírus, Gualberto ressalta que Bolsonaro protagoniza uma política de negação a essa doença, a ponto de dizer que se tratava de uma gripezinha. “Os seus insultos ao não usar máscara, e a incitação à desobediência social estão denunciados a nível internacional por atentado contra a saúde pública deste país e crime contra a humanidade. Esse é o presidente que vem segunda-feira para Sergipe”, disse, lembrando que o Brasil hoje é vice-campeão mundial em mortes por covid-19, com quase 105 mil pessoas que perderam a vida. “Não fosse o STF, que através da Constituição federal permitiu que os governadores editassem seus decretos em cada Estado, nós já poderíamos estar com 150 mil ou 200 mil mortes”.
Na questão política, Francisco Gualberto aponta que Bolsonaro se juntou aos aliados para pedir publicamente a volta da ditadura militar com ele no poder, além de fechamento do Congresso Nacional e do STF. “Se ele alcançasse sucesso e implantasse a ditadura, os deputados que dizem que é preciso bater palmas para ele na segunda-feira, talvez nem fossem mais deputados, porque possivelmente essa Assembleia estaria fechada. Toda ditadura militar do mundo não tolera parlamentos. Por isso é bom que os deputados que dizem que irão bater palmas para Bolsonaro pensem nisso”, alerta Gualberto.
Segundo ele, diante do olhar do mundo, Jair Bolsonaro “é um presidente repudiado praticamente pelo mundo todo, principalmente pela sua política que devasta o meio ambiente. Nos últimos tempos instituições e governos mundiais repudiam a devastação, as queimadas, as grilagens autorizadas pelo governo com o desmonte de fiscalização do Ibama”, afirma, dizendo que o ministro Ricardo Sales, responsável pela pasta, é um inimigo do meio ambiente.
“O presidente que vem segunda-feira para Sergipe é o que fechou a sede da Petrobras em Aracaju, é o que desativa as plataformas em águas rasas em todo litoral sergipano, é o que sucateia e colocou para vender o Tecarmo e sua planta de gás natural. Todos esses setores tinham, pelo menos, dez vezes mais empregos do que aqueles que serão retomados com a Fafen. É bom que os deputados compreendam qual é o presidente que eles vão receber”, insiste Francisco Gualberto, afirmando que trata-se de um governo que provoca muitos estragos, e continuará a provocar, ao Estado de Sergipe.
Por fim, Gualberto fez um apelo. “Que em Sergipe ele não venha desmoralizar a Alese e o Governo, pois nós aprovamos uma lei obrigando o uso de máscara em ambiente público, inclusive com multa para quem desobedecer. Esperamos que essa apologia à contaminação e à morte de sergipanos o presidente Bolsonaro não venha fazer aqui. E que não seja feita por quem estiver presente com ele. Essa provocação ele vem fazendo por onde passa. E se ele não vem aqui trazer nada de extraordinário, pelo menos use a máscara e não desmoralize nosso Estado”, disse. “E os que estão insistindo nos aplausos ao presidente, saibam que não podem subestimar a inteligência do povo sergipano”.
Foto: Divulgação Ascom