23/3/2022
Por Assessoria Parlamentar
As criticas feitas à Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) por organizar um sistema de proteção do prédio durante a sessão plenária da terça-feira (22) foram rebatidas pelo vice-presidente da Casa, deputado Francisco Gualberto (PSD). De acordo com ele, a presença de policiais militares na frente do prédio ocorreu para que os trabalhos no plenário não sofressem nenhum tipo de ameaça por parte de alguns manifestantes reunidos na praça Fausto Cardoso.
“Em tese, no estado de direito, quando se quer evitar um conflito se convida o Estado para arbitrar a questão. Então, se há possibilidade de conflito, a polícia é a representação oficial do Estado”, explicou Gualberto, que saiu em defesa da atitude do presidente Luciano Bispo. “Se a situação fosse outra, como a Assembleia Legislativa ter que ser cercada de policiais para evitar o povo, que não foi o caso de ontem, isso sim seria inadmissível. Mas o caso foi de preservação da vida e da integridade das pessoas no prédio da Assembleia e até dos servidores que estavam fazendo suas reivindicações. Não dá para misturar as coisa e querer dizer que a Alese estabeleceu estado de exceção. Nada disso. Os policiais estavam aqui para preservar. Todos nós aqui sabíamos o que estava acontecendo lá fora, com ovos, tomates, pedras já guardadas. Por isso que foi feita a segurança”, confirmou Gualberto.
Em discurso feito hoje (23) no plenário, Francisco Gualberto deixou claro que não aceita de forma alguma ataques à Assembleia Legislativa. Ele lembrou que em outros tempos, na sua militância sindical, já apanhou da polícia, viu cara feia e foi preso por participar de movimentos sociais. “Uma coisa é uma Assembleia estar protegida pela polícia contra um intuito antidemocrático. Por que esse é um estado intolerável. Mas outra coisa é a Assembleia ter proteção para evitar incidentes. Todos sabemos que já havia tomates e pedras preparadas para jogar nos deputados”, frisou, admitindo os protestos normais, incluindo a queima de bonecos. “Isso é da democracia, mas a agressão física, a repressão ao cidadão não são admissíveis. Se acontecesse uma invasão aqui ontem (22) não teria sessão não. Todos sabem disso. Então quero dizer que defenderei esta Casa até o último dia”, garante.
Sobre a insistente cobrança da oposição para que seja liberada a presença de público nas galerias, Gualberto ressalta que desde o início da pandemia sua posição sempre foi contrária à do deputado Georgeo Passos. “Quando começamos a fazer sessões remotas, lembro que o deputado era o que vinha presencialmente, mesmo num momento em que a obrigatoriedade de estar aqui era somente da Mesa Diretora. O restante viria se quisesse. Eu não vim nenhum dia, fiquei remotamente, como vários outros, e nenhum prejuízo houve para a sociedade sergipana. Todos os projetos que eram preciso ser votados, foram votados e continuam sendo votados”, informou o deputado, fazendo uma analogia sobre o entusiasmo do artista quando se depara com o público. “Acho legítimo que o deputado Georgeo queira fazer aqui seu espetáculo da política, mas todos nós estamos sem público, não é somente ele. Então não é por aí”, disse Gualberto.
O deputado informou ainda que, por ele, o sistema de sessões remotas só será desfeito quando, pelo menos, a tendência de queda nas contaminações for confirmada. “Não é o fato de ter um número menor de casos hoje que significa que daqui a 15 dias será a mesma coisa”, aponta Gualberto, criticando a possibilidade de desobrigação do uso da máscara pela população. “Se mais gente não irá usar a máscara, vai aumentar o número de contaminação. Aqui não tem idiota. Essa tese do negacionismo nós enfrentamos de forma direta”, frisou o parlamentar.
Por fim, Francisco Gualberto lembrou a todos que cerca de 6,4 mil sergipanos perderam a vida por conta da Covid-19 em dois anos. “Alguém conhece outra doença que matou mais de 6 mil sergipanos em dois anos?”, questiona. E ainda de acordo com ele, vários outros estados brasileiros mantêm o sistema misto de sessão em suas assembleias legislativas.
Foto: Jadilson Simões