A análise simplória dos motivos que levam ao aumento da violência urbana em Sergipe, feita por deputado da oposição ao governo na Assembleia Legislativa, foi duramente criticada pelo deputado estadual Francisco Gualberto (PT), líder da bancada governista naquela Casa. “Discutir aumento de violência e querer combater um governo são coisas completamente diferentes”, alertou Gualberto, enfatizando que a violência decorre de uma realidade social degradada em todo o país.
“O consumo de drogas gera uma série de situações ruins para a segurança pública. O aumento da miséria, a degradação da família, a falta de investimentos na educação pública, tudo isso gera o aumento da violência. Temos que discutir segurança pública por esses ângulos”, afirma o deputado. “O que a oposição faz é ficar contando o número de policiais existentes e o aumento de marginais. Não é para discutir por essa lógica”, disse Gualberto durante a sessão plenária desta terça-feira, 6.
Para ele, é necessário pensar num debate mais amplo sobre a segurança pública, levando em consideração os aspectos da realidade social. “O incentivo ao consumismo, mesmo daqueles que não têm condições, provoca a violência. Os meio de comunicação fazem apologia dia e noite à violência, nas novelas, nos programas, nos filmes. Precisamos discutir o contexto que provoca isso”, aponta o deputa Francisco Gualberto.
O debate no plenário da Alese foi provocado a partir da divulgação do Atlas da Violência 2017, um estudo realizado pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública que mapeou os números da violência no País entre 2005 e 2015. No documento, Sergipe aparece como o segundo estado do país com maior crescimento na taxa de homicídios no período pesquisado. “Mas a questão não é contingente de policiais nas ruas. Nesse modelo de capitalismo que vivemos, se tivéssemos um policial para cada cidadão na rua, mesmo assim haveria violência. Temos que discutir as reais formas de combate a isso”, sustenta Francisco Gualberto.
Por Ascom Parlamentar
Foto: Jadilson Simões