Na Sessão Plenária desta quinta-feira (14), o deputado Georgeo Passos (Cidadania) levantou suspeitas sobre a lisura da aplicação do Teste de Aptidão Física (TAF) do concurso público da Polícia Militar de Sergipe, realizado recentemente. Segundo ele, há indícios de que avaliadores da prova teriam atuado anteriormente como treinadores de candidatos por meio de uma empresa privada. “O que nos chama a atenção é que algumas pessoas que estavam treinando candidatos, depois, passaram a ser avaliadores. Isso gera dúvida sobre a isenção no momento da avaliação. Concurso público não pode ter dúvida, tem que ter máxima transparência para que os mais capacitados sejam aprovados”, afirmou.
Georgeo apresentou prints de conversas e áudios que, segundo ele, demonstram interação entre candidatos e membros da empresa Star, responsável por treinamentos específicos para o TAF, incluindo corrida e abdominais. “Não vejo problema em uma empresa oferecer treinamento, o que não pode é o treinador virar avaliador no dia da prova. Isso, no mínimo, é um conflito de interesse. Recebemos mensagens de candidatos orientando para que, no dia do teste, caso reconhecessem avaliadores, não demonstrassem essa relação, o que aumenta ainda mais as suspeitas”, disse.
O parlamentar informou que alguns candidatos já ingressaram na Justiça pedindo a anulação do Teste e cobrou providências imediatas. “Esperamos a manifestação formal do Governo do Estado, da Polícia Militar e da Secretaria de Administração para que fique claro se houve ou não irregularidade. E, se houver, que isso seja corrigido. Quem foi desclassificado precisa ter certeza de que foi por não atingir o desempenho exigido, e não por falhas no processo”, concluiu.
A deputada Linda Brasil (Psol) denunciou supostas irregularidades e pediu providências urgentes. “Recebi mensagens de uma pessoa que ficou em segundo lugar na prova teórica e foi reprovada logo no início do TAF, sem uma apuração real das condições. Isso é muito prejudicial e ilegal. Espero que o Ministério Público e o Governo do Estado fiscalizem e resolvam para que outras pessoas, que se dedicaram por anos, não sejam injustiçadas. Quem realmente estava preparado e foi aprovado, ótimo, mas quem foi prejudicado precisa ter seu caso revisto”, afirmou. Ela destacou que há gravações integrais das provas, o que, segundo ela, deve ser analisado para esclarecer as denúncias.
Linda Brasil também reforçou as suspeitas de conflito de interesse na avaliação. “Uma das principais denúncias é que personal trainers que treinaram candidatos antes do TAF atuaram como avaliadores, e não houve reprovação de nenhum desses alunos, enquanto outros candidatos tiveram exercícios desconsiderados mesmo executando corretamente. Essa banca já teve problemas semelhantes em outros estados e o Governo de Sergipe deveria anular o TAF para preservar a lisura do concurso. Os indícios já se tornaram provas, como mostrou o deputado Georgeo Passos, e a Justiça precisa agir. Manter esse resultado é temerário e desrespeita o esforço físico e psicológico de quem se preparou de forma honesta”, concluiu.
Fotos: Joel Luiz| Agência de Notícias Alese

