Foi instalado na tarde desta quarta-feira, 18, no plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), o Fórum Sergipano em Defesa do SUS e contra a Privatização da Saúde.
O Fórum é formado pela Associação dos Docentes da UFS (Adufs), Sindicato dos Trabalhadores na UFS (Sintufs), Associação dos Renais Crônicos de Sergipe, Diretório Central dos Estudantes (DCE-UFS), Conselho Regional de Enfermagem (Coren-SE), Movimento Mulheres de Peito, Movimento Loucomotivas, Mandato Popular da Deputada Ana Lúcia, Presidência Multiprofissional do Hospital Universitário, entre outros.
Segundo a deputada Ana Lúcia, a sociedade civil está sendo articulada e os servidores da Universidade Federal de Sergipe procuraram a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa e pediram para coordenar.
“A presidente da Comissão de Saúde, deputada Silvia Fontes não pôde vir e pediu que eu a substituísse e portanto na tarde de hoje nós ouvimos as lideranças do Sintufs e os representantes do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública Estadual. Foi uma tarde de bastante proveito para que possamos mobilizar a sociedade para defender o maior sistema público de saúde do mundo”, enfatiza.
O deputado Moritos Matos destacou a importância da mobilização popular e lamentou que “a máquina pública esteja sendo utilizada pelos políticos brasileiros e os homens públicos devem lutar contra isso e não contribuírem para uma situação como a do SUS e o desmonte da saúde”.
Fórum
O coordenador do Sintufs, Fábio Santos destacou que em Sergipe, o cenário do SUS não é diferente do nacional, onde são identificados vários problemas que prejudicam a garantia da saúde pública, a exemplo da redução e congelamento dos recursos públicos nas políticas sociais, inclusive na área da saúde, afetando a qualidade do atendimento nos postos de saúde, clínicas, hospitais e CAPS.
“Nós defendemos o sistema de saúde público, gratuito e de qualidade; fortalecimento da atenção primária, valorização dos trabalhadores e condições dignas de trabalho; gestão democrática ocupada por profissionais de saúde e com maior atuação popular”, afirma acrescentando que o presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe, deputado Luciano Bispo (PMDB) se comprometeu a provocar uma reunião do fórum com o secretário de saúde, Almeida Lima para discutir a pauta em defesa do SUS.
Fábio Santos lembrou que o fórum faz parte da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde.
“Nosso fórum foi iniciado em 2015, teve outra atividade em 2016 e agora em 2017 precisou retomar após as mudanças no país, que desmonta o processo de garantia da saúde pública, principalmente a partir da emenda constitucional 95, que congela por 20 anos os recursos das políticas sociais, inclusive da saúde. Obviamente que daqui há 20 anos, o SUS não tem como sobreviver recebendo os mesmos recursos e isso vai levar ao processo de privatização e nós precisamos o quanto antes organizar a sociedade civil, o movimento representativo dos trabalhadores e usuários”, ressalta.
“A proposta do fórum é retomar uma discussão antiga, mas que hoje está ordem do dia que é o papel do SUS, que nós construímos na década de 80 com a Reforma Sanitária, visando ter um projeto de saúde universal, equânime, de referência e com financiamento público, mas ao longo desses quase 30 anos está indo por água a baixo, principalmente agora com essa proposta de congelamento de investimento na saúde por 20 anos pelo Governo Federal”, completa Atamário Cordeiro, integrante do Fórum Estadual.
MPF
O procurador do Ministério Público Federal (MPF/SE), Ramiro Rockenbach afirmou estar a disposição dos integrantes do fórum. “Os desafios são grandes, mas a gente vive expectativas de melhorias. O momento em que a gente vive no país é sensível, de retrocessos. Precisamos estar cada vez mais atentos e um evento como esse aqui na Assembleia é muito importante”, destaca.
Para o defensor público Gustavo Dantas vão querer convencer a população de que a privatização do SUS é boa. “Ninguém fala bem do SUS porque é um discurso ideológico feito para convencer que o sistema não presta. Mas é claro que o setor público sabe fazer a gerência. O problema é de subfinanciamento”, entende.
Mesa
A mesa foi composta pelos deputados Ana Lúcia e Moritos Matos, procurador do Ministério Público Federal, Ramiro Rockembach, o defensor público, Gustavo Dantas, o coordenador do Sindicato dos Servidores da UFS, Fábio Santos e Adriana Tavares, representando o Movimento Mulheres de Peito, que lamentou a demora no tratamento oncológico em Sergipe.
Por Agência de Notícias Alese
Fotos: Débora Matos e Aldaci de Souza