13/6/2022
Por Shis Vitória/ Agência de Notícias Alese
Junho é o mês de muitas homenagens voltadas aos santos conhecidos deste período: São João, Santo Antônio e São Pedro. Diversas festas populares são realizadas com comidas típicas, quadrilhas juninas, apresentações musicais, além da utilização de fogos artifício em suas comemorações. Apesar da tradição, o uso e o comércio de fogos podem se tornar algo bem perigoso sem os devidos cuidados e práticas de segurança.
A Assembleia Legislativa aprovou e, logo após, a administração estadual sancionou a Lei Nº 8.559/2019 que instituiu a Semana de Conscientização Sobre Cuidados no Manuseio de Fogos de Artifício e a data passou a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Estado de Sergipe. A ação tem por finalidade incentivar a população em refletir sobre os problemas causados pelo mau uso de fogos de artifício para a saúde daqueles que os utilizam, especialmente, crianças e adolescentes. A propositura é de iniciativa da deputada estadual Maria Mendonça (PDT).
De acordo com o cirurgião geral, Edney Caetano, que faz parte do quadro de profissionais da saúde do Centro Médico da Alese, a prevenção é a atitude mais importante. “A prevenção é o fator essencial, ou seja, é a pessoa quando for soltar fogos usar luvas e equipamentos de proteção individual, quando acender fogueiras não usar combustíveis como álcool e gasolina que podem inflamar e gerar queimaduras. E, quando acontecer uma situação de queimadura não tomar medidas caseiras, que infelizmente é muito comum. Evitar o uso de manteiga, óleo e creme dental porque isso só faz prejudicar o ferimento. O correto é lavar com água gelada e se deslocar para uma unidade de saúde como a Unidade de Tratamento de Queimados do Huse, pois no período junino esse setor se prepara tanto na parte de um maior número de profissionais e estrutural, por conta do aumento de casos”, explicou.
Para a gerente da Unidade de Tratamento de Queimados do Huse, Wandressa Nascimento Santos, o mês de junho propicia o aumento dos riscos. “As queimaduras acontecem durante todo o ano, mas sempre nos preocupamos com o período junino. Devido a nossa cultura, muitas pessoas fazem uso de fogos de artifício e acendem uma grande quantidade de fogueiras, o que propicia o aumento dos riscos de queimaduras. E, após dois anos de pandemia, sem festas e pessoas reclusas, mediante a retomada o resultado é o aumento significativo dos casos. Esperamos que não, porém pode sim acontecer. Pensando nesta situação foi criada uma sala exclusiva voltada ao paciente queimado permitindo mais agilidade no fluxo de atendimento, já que nesta fase, em média, ocorre um crescimento de 50% das ocorrências”, argumentou.
A UTQ do Huse é a única referência do Estado para o atendimento de queimados. A Unidade possui uma equipe multidisciplinar de profissionais e trabalha com toda a capacidade durante o ano. O critério para ser enviado à Unidade é que, a queimadura para um paciente adulto, deve ter média acima de 15% no corpo e para crianças, acima de 10%, exceto em casos de queimaduras de terceiro grau.
Comercialização e manuseio
“O primeiro passo a ser realizado pelo comerciante é solicitar autorização da prefeitura, em caso de local público e se for privado deverá solicitar autorização ao proprietário. Em seguida, ele deverá se dirigir ao Departamento de Fiscalização, Armas e Explosivos (DFAE), da Polícia Civil, para obtenção de um certificado. Só a partir disso, poderá solicitar a vistoria do Corpo de Bombeiros para emissão do atestado de regularidade da Barraca de Fogos que pode ser liberada dentro de um prazo de 15 a 20 dias. É fundamental observar as classes dos fogos no ato de venda que vão desde os considerados de venda livre, inclusive, indicado para crianças da categoria A que são os estalos de salão, os fogos de classe B só podem ser vendidos com idade a partir de 16 anos, classe C a partir de 18 anos e classe D somente para pessoas habilitadas”, destacou o assessor de comunicação do CBMSE e instrutor da disciplina de Combate à Incêndios, coronel Jairo Cruz.
O manuseio e soltura também foram pontuados. “As dicas de segurança são sempre necessárias. Somente adquira fogos de artifício em locais devidamente autorizados para comercialização dos respectivos produtos. Orientar e acompanhar as crianças durante a compra e utilização do artefato, bem como nas proximidades de fogueiras, ler com atenção o rótulo de segurança e a data de validade, manter caixa de fósforo ou isqueiros longe do alcance de menores e nunca soltar fogos em ambiente fechado e ter atenção em ambiente aberto para a sua segurança e de outros. O uso de bebidas alcoólicas e fogos não combinam, para queima de rojões usar um suporte adequado e o mantenha fora do alinhamento do corpo. Ter cuidado com o efeito retardado, os fogos podem falhar temporariamente e se isso acontecer considere o artefato ainda ativo e jogue água para apagá-lo. Não acender bombas com as mãos desprotegidas, é preciso uma base garantindo a segurança, utilize luvas para soltar busca-pés e espadas, que no caso são os equipamentos de proteção individual e nunca colocar os artefatos dentro de bolsas. São seguindo orientações como essas que certamente teremos um período de festejos juninos mais seguro”, concluiu Jairo Cruz.
Foto capa: Marcelle Cristinne / Arquivo ASN