Por Assessoria Parlamentar
A Assembleia Legislativa de Sergipe aprovou nesta quinta, 01, por unanimidade, o Projeto de Lei n. 207/2023, de autoria da deputada estadual Dra. Lidiane Lucena (Republicanos), que reconhece a “Festa do Santo Cruzeiro” como uma manifestação de Interesse Cultural do Estado de Sergipe. A festividade, realizada anualmente no município de Canhoba a partir do dia 03 de junho, é considerada uma das mais tradicionais celebrações do estado, envolvendo elementos de fé, cultura, tradição e missões.
“Com a aprovação do projeto, haverá ainda a inclusão da ‘Festa do Santo Cruzeiro’ no Calendário Oficial de Eventos do Estado de Sergipe, o que proporcionará maior visibilidade e apoio para a preservação dessa manifestação cultural tão significativa. Estamos fortalecendo nossas raízes, valorizando nossas tradições e garantindo que essa celebração continue a encantar gerações futuras”, pontuou a deputada.
História da Festa- A história do Santo Cruzeiro remonta ao ano de 1910, quando Canhoba era ainda um povoado de Propriá e pertencia ao Sr. Antônio Ferreira de Carvalho, conhecido como Antônio Caixeiro.
Naquela época, devido ao seu pequeno tamanho, os moradores enfrentavam dificuldades para realizar atos da vida cristã, como casamentos e batismos, sendo necessário buscar os municípios vizinhos de Propriá ou Aquidabã.
Para suprir essas necessidades da população, foram realizadas as “Santas Missões” da época, que contaram com a presença dos missionários Frei Rocha e Frei Anatanael. Durante uma semana de missão, foram celebrados casamentos, batizados e também foram feitas previsões sobre o futuro, como a transformação do Rio São Francisco em poço.
Durante a Santa Missão, os missionários solicitaram à comunidade que buscasse um tronco de madeira para erguer o Santo Cruzeiro. Essa solicitação foi corroborada por Antônio Caixeiro, que indicou a Barra Salgada/Mucambo como local para encontrar a árvore mais bonita e florida. Assim, o Santo Cruzeiro foi erguido em 7 de junho de 1910, na praça central de Canhoba, marcando o início de uma tradição duradoura.
No ano seguinte, em 1911, foi celebrado o primeiro aniversário da festa do Santo Cruzeiro, com a presença de zabumbeiros, foguetes, espadas e o próprio cruzeiro. A festividade ganhou cada vez mais importância ao longo dos anos, mas em abril de 1960, uma forte chuva acompanhada de ventania derrubou o cruzeiro original, causando comoção na população.
Diante desse acontecimento, o prefeito Antônio Torres Netto, o deputado estadual Antônio Torres Junior, o governador Luiz Garcia e o vice-governador Dionizio de Araújo Machado uniram forças para reconstruir o cruzeiro, dessa vez utilizando cimento e posteriormente concreto armado. A reinauguração ocorreu em 28 de abril de 1961, com a benção litúrgica proferida por Dom José Brandão de Castro, o primeiro bispo de Propriá.
A festa do Santo Cruzeiro, que acontece anualmente a partir do dia 3 de junho, envolve a participação da comunidade de Canhoba e de cidades circunvizinhas, que realiza procissões e leva o Santo Cruzeiro de madeira até o atual cruzeiro de cimento.
A deputada Lidiane Lucena
Atualmente, a festa inicia no dia 03 do mês de junho e só termina no dia 07 de junho. No dia 03 é a abertura, noite que leva o cruzeiro que caiu aos pés do de cimento. No dia 04 é a noite das mulheres/casadas, após a missa acontece à entrega de ramos e em seguida a guerra de espadas (mulheres/casadas contra os solteiros/homens e mulheres). No dia 05 é a noite dos solteiros/homens e mulheres, seguido o mesmo ritual, só que dessa vez a guerra é contra os homens/casados. Já no dia 06 é a noite dos homens/casados acontece um leilão como é de tradição. No dia 07, último dia, acontece a procissão e missa campal nos pés do Santo Cruzeiro.
“Agradeço aos colegas parlamentares pela aprovação e especialmente aos moradores de Canhoba, que mantêm viva essa tradição secular. Como deputada, é meu compromisso trabalhar pela preservação e promoção de nosso patrimônio cultural. E reafirmo ao povo sergipano que com meu apoio para preservar e enaltecer nossas festividades, cultura, tradições e história!”, finalizou a deputada.
Foto: Canhoba Blogspot
