Aconteceu na tarde desta segunda-feira, 19, no plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), Sessão Especial de outorga da Medalha da Ordem do Mérito Parlamentar aos doutores Ranulpho Hora Prata, fundador da Cadeira 7 da Academia Sergipana de Letras (in memoriam) e Paulo Prata, fundador do Hospital de Câncer de Barretos (in memoriam). A autoria é da deputada Ana Lúcia Vieira (PT).
Na ocasião, a parlamentar destacou a inauguração nesta segunda-feira, de uma clínica em Lagarto, especializada no tratamento e prevenção do câncer. “A família vem dos municípios de Simão Dias, Lagarto e Riachão do Dantas e hoje o Henrique inaugurou essa clínica em Lagarto. O primeiro hospital do interior do câncer fundado em Barretos – SP e que promove o Brasil no exterior pelos pais do Henrique, o Paulo e a Scylla. O Ranulpho Prata era médico Radiologista e um grande escritor sergipano. O seu romance Navios Iluminados se inspira em um baiano com todo sofrimento humano e exploração no Porto de Santos. Ele deixa cerca de dez livros”, ressalta.
“Os pais do Henrique, criaram um hospital pequeno e começaram a perceber que as pessoas de Barreto e das circunvizinhanças iam para a capital e eram muito maltratados. Os dois resolvem transformar o hospital em uma unidade de tratamento e prevenção do câncer. Seu filho, o Henrique era um grande empreendedor e resolve ajudar aos pais num momento em que o hospital passava por uma crise, para fechar após sanear as contas. Mas no sexto mês quando está tudo pronto, ele sonhou com o projeto arquitetônico que o pai tinha na ampliação do hospital e ele resolve não mais fechar e ai passa a ser uma opção de vida, manter, e hoje é o maior em prestação de serviços nessa área não só para o Brasil, mas para o continente latino-americano”, completa lembrando que as primas, as bisnetas e tataranetas descerraram a placa da clínica em homenagem à bisavó de Henrique, Ana Hora Prata que se dedicava a ajudar aos pobres.
“É com grande orgulho e alegria que, em nome da Assembleia Legislativa de Sergipe, entrego nesta tarde a Medalha da Ordem do Mérito Parlamentar, in memoriam, a dois homens que orgulham Sergipe pela postura humanista e solidária: o grande literata e médico Ranulpho Hora Prata e seu filho, o também médico e fundador do Hospital do Câncer de Barretos, Paulo Hora Prata”, complementa.
Alegria
Henrique Hora Prata destacou o trabalho da bisavó, Ana Hora Prata e do avô Ranulpho Hora Prata. “A minha bisavó, Ana Hora Prata fundou em Simão Dias, em 1919 a primeira Casa de Misericórdia e o filho dela Ranulpho Prata, um médico que se tornou um grande escritor e todo sergipano devia conhecer. É a história de uma família sergipana, extremamente temente a Deus que fez o ato de servir ao próximo na mais profunda das essências, onde essa família fez a diferença aqui em Sergipe e essa semente germinou o grande hospital do câncer no Brasil, na gestão do meu pai Paulo Prata, filho do Ranulpho”, ressalta.
“O sentimento nosso hoje é de gratidão, em saber que dessa terra nasceu uma família com uma profunda aliança com Deus, de fazer justiça social e usaram seus valores, seus dons, seu dinheiro para ajudar ao próximo, sem se envaidecer. Hoje é o reconhecimento deles por isso estou muito satisfeito de estar aqui. Não sou muito de receber homenagens, mas essa me envaidece. Estou muito orgulhoso”, completa Henrique Prata.
Homenageados
Ranulpho Hora Prata nasceu em 4 de maio de 1896, na cidade de Lagarto-SE, sendo seus pais Felisberto da Rocha Prata e Anna Hora Prata. Iniciou os preparatórios em Simão Dias, completando na cidade de Estância-SE e em Salvador -BA. Cursou os quatro primeiros anos na Faculdade de Medicina da Bahia, concluindo na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1920.
Especializou-se em radiologia e clinicou em Aracaju e São Paulo, tendo exercido a profissão nas cidades de Mirassol e Santos. Além de médico, foi romancista. Sua estreia na literatura ocorreu em 1918. Possui uma extensa bibliografia incluindo vários contos e narrativas a exemplo de O Tropeiro, Os Cabras de Lampião, Sonho de Escoteiro, Fatalidade, Germinal, O Voluntário e Dentro da Vida.
Ranulpho Prata fixou residência no Rio de Janeiro, retornou ao Estado de Sergipe, onde deu aulas no Colégio Atheneu Sergipense, retornou ao Rio e em seguida, assumiu vaga de médico radiologista na Santa Casa de Santos, permanecendo na cidade paulista em 24 de dezembro de 1942.
Já Paulo Prata nasceu na cidade paulista de Mirassol, em 1924. Filho do médico sergipano Ranulpho Prata e da professora Maria da Glória Brandão Prata. Realizou os cursos primário e secundário em Santos; ingressou no curso de Medicina da Universidade de São Paulo, onde se formou em 1949 juntamente com sua esposa, Scylla Duarte Prata.
Tiveram cinco filhos: Cristina, Paulo, Beatriz, Henrique e Clarice. Com a família, mudou-se para o interior e percebendo as dificuldades que os portadores de câncer enfrentavam para se tratar na capital, criou a Fundação Pio XII em 1967- Hospital de Câncer de Barretos.
As homenagens foram recebidas por Henrique Duarte Prata, filho de Paulo Prata e de Scylla Duarte Prata e neto de Ranulpho Hora Prata e por Henrique Morais Prata, neto de Paulo Prata e Scylla Duarte Prata.
Mesa
A Mesa foi composta pelo vice-presidente da Alese, Garibalde Mendonça (PMDB), o governador Jackson Barreto (PMDB), o prefeito Edvaldo Nogueira (PCdoB), o vereador Thiaguinho Batalha (PMB), representando a Câmara Municipal de Aracaju, o senador Eduardo Amorim (PSC), o prefeito de Lagarto, Valmir Monteiro (PSC), o promotor Deijaniro Jonas, o deputado Georgeo Passos (PTC) e o presidente do Instituto Avon, Lírio Cipriani.
Participaram da solenidade representantes da Academia Sergipana de Letra, da Sociedade Sergipana de Medicina, familiares e amigos dos homenageados.
Na oportunidade foi exibido um filme sobre a filosofia, estrutura e qualidade no atendimento oferecido no Hospital de Câncer de Barretos. O presidente da Alese, Luciano Bispo (PMDB) está em viagem e deixou uma mensagem justificando a ausência.
Por Agência de Notícias Alese
Fotos: César de Oliveira