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Falece o ex-deputado estadual Fernando Prado Leite

Na madrugada deste domingo (18), faleceu o ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), Fernando Prado Leite, que já estava hospitalizado. O velório acontece agora pela manhã, até as 16hrs, no hall de entrada da casa legislativa. Depois, todos seguirão para o sepultamento marcado para  às 17 h no Cemitério Colina da Saudade conjunto Santa Lúcia, em Aracaju.

 

Momento do Velório. Foto: TV Alese

Momento do Velório. Foto: TV Alese

Filho do ex-senador da República por dois mandatos, Júlio Leite e pai do deputado federal pelo Rio de Janeiro, Otávio Leite, Fernando chegou a assumir o governo de Sergipe, enquanto deputado.

Segundo seus amigos e colegas, ele era um exímio orador, que quando começava a falar, prendia a atenção de todos que estivessem presentes.

Sobre Fernando Prado

“Fernando Prado Leite nasceu a 11 de março de 1932, em Aracaju, Sergipe. Seus pais: Júlio César Leite e Carmem do Prado Leite. Aos dois anos e meio de idade, foi entregue para ser criado por Otávio Aciole Sobral e Luíza Prado Sobral, hoje com noventa anos de idade.

Herdou do pai o dom da conversa, de um homem que dizia que da conversa, a luz e o entendimento. Da mãe Carmem, Fernando nutre uma admiração especial pelo interesse que ela tinha pela política, sempre estando ao lado do marido em todas reuniões políticas que aconteciam em sua casa.

O primeiro contato com os livros aconteceu na Usina Outerinho, através de uma professora rural, mãe da juíza Carmem Rosa. Posteriormente, quando tinha sete anos de idade, foi internado no Colégio do Salvador, onde cursou o primário. Em sua cabeça, ainda povoam lembranças do rigor do colégio que primava no ensino, mas que, em sua época, existia uma disciplina ferrenha.

[…]

Entrando na campanha política, disse que foi o primeiro sergipano a fazer uso do rádio com um programa especificamente político. Comprou um horário na Rádio Cultura e levou ao ar o programa “Conheçam um Candidato”, para divulgar mensagens da sua campanha política.

Eleito para a legislatura 1963/1967, no início do mandato, foi escolhido pelos colegas deputados para ocupar a presidência da Assembléia Legislativa do Estado de Sergipe. Na condição de presidente do poder legislativo estadual, foi peça integrante das cassações de deputados pela própria Assembléia Legislativa que prontamente atendia todos os pedidos dos militares do golpe.

[…]

Como presidente da Assembléia Legislativa, afirmou que deu a todos os deputados cassados o direito de defesa, atitude que contrariou o Exército, que não queria que isso acontecesse.

As reuniões deveriam ser com a presença de todos deputados, sem o público, portas fechadas e o resultado informado. Cada parlamentar cassado pela Assembléia, que eu presidi, tiveram o direito de defesa, atitude que contrariou o Exército. Nossas reuniões plenárias foram abertas ao público, irradiadas e com processo individuais de cada um.

Todos os processos enviados pelo Exército, ele os fazia passar pelas comissões da Assembléia Legislativa para seus pareceres até dia final, com promoção de votação de forma aberta e nominal. Fui chamado altas horas da noite e fui interrogado.

Fernando contou que os comandantes militares do golpe de 1964 queriam fazer de Sergipe um grande campo de concentração.

[…]

Casou com Violeta Santos Silva Leite no primeiro dia de dezembro de 1958. Do casamento, seis filhos: Ricardo, Fernando, Otávio,Carmem Luiza, Maria Antônia e Violeta Santos Silva Leite. Tem seis netos”.

(Trechos retirados do livro “Memórias dos Políticos de Sergipe”, de Osmário Santos, disponível em: http://usuarioweb.infonet.com.br/~osmario/memorias-politicos-sergipe.asp)


Por Camila Ramos – Agência Alese de Notícias 

* A matéria  foi atualizada às 13:55 para informar a mudança do local do sepultamento.

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