Prossegue até o dia 10 de junho no hall da Escola do Legislativo de Sergipe (Elese) a mostra fotográfica Olhares, assinada pelo repórter-fotográfico da Agência de Notícias Alese, Joel Santos Luiz. Estão sendo expostas desde o último dia 6 de maio, 20 trabalhos retratando as belezas naturais de Sergipe e do Maranhão. A exposição acontece de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h e o público poderá constatar a paixão do autor por retratos, natureza e fotografia documental. Entre suas referências, o trabalho de Sebastião Salgado, a quem chama de “nosso Papa” da fotografia.

Joel Luiz é apaixonado pela fotografia desde a infância (Foto: Jadilson Simões/Agência de Notícias Alese
Para Joel Luiz, a fotografia é mais do que técnica: é sensibilidade, é capturar histórias que não precisam ser escritas. Seu maior projeto pessoal é o registro dos artistas e artesãos, priorizando a criação humana mais do que o produto em si. Entre suas referências, o trabalho de Sebastião Salgado, a quem chama de “nosso Papa” da fotografia.
Em suas exposições, sempre faz questão de levar o artista para interagir diretamente com o público, valorizando a arte viva. Entre as principais premiações em concursos de fotografia, estão o Prêmio Nordeste de Fotografia e do Prêmio Sebrae de Fotografia com registros sobre catadores de caranguejo. “Um dos meus maiores sonhos é realizar um projeto sobre a cultura e a arte popular por todo o Brasil”, conta.
De acordo com o coordenador de Assuntos Culturais da Elese, o jornalista Beneti Nascimento, Joel Luiz é um fotógrafo consagrado e com uma sensibilidade extraordinária.
“O interessante da obra do Joel Luiz expressada nas fotos que ele faz, além dessa sensibilidade, é um conjunto de memórias que ele construiu desde a sua mais tenra infância quando morava aonde nasceu, no Povoado Passagem, perto de Neópolis. Ele conviveu com o artesanato de Carrapicho, com os barqueiros, com as paisagens maravilhosas do rio São Francisco e isso foi inspirador. Aquele menino que conviveu com essa realidade acabou vindo para a capital estudar, buscar melhorias; trabalhou como funcionário da Petrobras durante muitos anos, mas nunca esqueceu o sonho de garoto, de poder guardar as memórias que fizeram dele, o olhar natural e cuidadoso. A exposição que Joel traz aqui com o nome de Olhares é uma demonstração daquilo que ele viu, que assistiu e que sentiu. Quem vem para essa exposição percebe o refinamento e atenção especial pelas paisagens que ele vislumbrou; não apenas aqui Sergipe, mas nos lençóis maranhenses e sempre lembrando o São Francisco. Quem ainda não pôde vir até agora, venha conhecer um pouco dessa sensibilidade chamada Joel Luiz”, destaca.
Aproveitador de momentos

Beneti Nascimento apreciando as fotos expostas na Elese (Foto: Jadilson Simões/Agência de Notícias Alese)
Segundo Joel Luiz, a paixão pela arte vem desde a infância. “Eu sempre quis trabalhar com fotografia e me realizo diariamente, principalmente quando registro as belezas naturais e as manifestações culturais do nosso estado. Digo sempre que sou um aproveitador de momentos, seja durante as sessões plenárias e os eventos realizados na Assembleia Legislativa de Sergipe ou nos diversos locais sergipanos e também nos books que faço de pessoas, pois o instante fotográfico é apenas o reflexo de uma vivência contínua da arte”, observa.
Nascido no município sergipano de Neópolis, teve a infância marcada por amizades sólidas e por uma convivência intensa entre estudos, trabalho e futebol no Povoado Passagem às margens do Rio São Francisco, a poucos metros de onde cresceu. Ainda criança, demonstrou uma inquietude artística e seu fascínio pela fotografia começou ainda na adolescência, inspirado pelos trabalhos de dois fotógrafos de sua terra natal: Seu Isaías e Seu Aristides, quando sentiu o desejo de eternizar momentos. Investiu suas economias em uma câmera Polaroid, ainda sem nenhum conhecimento técnico, apenas impulsionado pela paixão de capturar imagens.
Construiu o aprendizado na prática, desenvolvendo sua técnica e olhar fotográfico na vivência diária, aprimorando seu estilo ao longo dos anos. O primeiro trabalho remunerado surgiu entre amigos, ainda como uma forma de ganhar confiança.

Cidade de Propriá, banhada pelo rio São Francisco
Mas o momento decisivo para a carreira veio em 1999, quando insatisfeito com a vida corporativa, tomou a decisão ousada de pedir demissão da Petrobras para dedicar-se integralmente à fotografia. Desde então, sua trajetória vem sendo marcada por trabalhos diversos publicados em revistas e jornais; além das atividades na Alese (registrando o dia a dia dos parlamentares) e Elese (registrando eventos); exposições culturais e projetos documentais.
Fotos: Aldaci de Souza/Agência de Notícias Alese