A discriminação ainda ronda as casas das famílias que têm filhos autistas em Sergipe. Para falar sobre o assunto, a presidente da Associação dos Defesa dos Direitos do Autista, Maria do Carmo Tourinho, foi a entrevistada da manhã desta terça-feira, 4 na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese).

“Há ainda muita discriminação não só com o autista, mas com as pessoas com deficiência, infelizmente. A gente está lutando para chegar o momento em que todos sejam iguais, o direito e a cidadania vão ser pra todos, mas ainda existe um certo descaso principalmente com o autista. Você sai com um autista na rua e de repente ele começa a emitir um comportamento inadequado, e passam a olhar, a discriminar, achar mau-educados. Muita gente não nos convida para festas para que não levemos nossos filhos”, lamenta.

Maria do Carmo Tourinho ressaltou que, quando o filho nasceu com autismo há 33 anos, enfrentou muitas dificuldades. “Eu estou envolvida no autismo há 33 anos, desde que meu filho nasceu. Naquele momento foi muito difícil eu fiquei totalmente perdida, não tinha nem especialista para diagnosticar e eu vivia buscando informações. De lá pra cá foi evoluindo, a própria mídia foi nossa parceira. Hoje o diagnóstico de autismo está sendo mais preciso”, diz acrescentando que o atendimento na rede pública é ainda pequeno para a população autista que existe em Sergipe.

Sobre a inclusão nas escolas e na sociedade, ela destacou que o autismo não é uma doença contagiosa. “A gente costuma dizer que a criança não é autista, mas está autista; o autismo não é uma doença crônica, contagiosa é o jeito de ser e o autista precisa sair, fazer uma interação social com outras crianças, mas as famílias precisam trabalhar e ensinar os próprios filhos sobre como lidar com os coleguinhas”, entende.

Por Agência de Notícias Alese

Foto: Jadilson Simões