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Durante Seminário, Alese debate Emancipação Política de Sergipe

Por Wênia Bandeira/Agência de Notícias Alese

A Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese), por intermédio da Escola do Legislativo (Elese), realizou, na manhã desta quarta-feira (5), o ‘Seminário sobre a Emancipação Política de Sergipe: Significados do 08 de julho’. Durante a atividade foram debatidas questões políticas, socioeconômicas, bem como àquelas voltadas para a cultura da independência. Este ano, o Estado completa 203 anos de emancipação política.

Subsecretário-geral da Mesa Diretora da Alese e presidente do Conselho Estadual de Cultura, Igor Albuquerque.

O subsecretário-geral da Mesa Diretora da Alese, e presidente do Conselho Estadual de Cultura, Igor Albuquerque, destacou que é preciso valorizar esta data como fonte de apreço pela história do Estado, sobretudo desde o decreto assinado pelo então príncipe regente, Dom João VI.

“Dentro do nosso processo de emancipação política, vários atores foram extremamente relevantes e nós pretendemos, inclusive, que se retome a discussão e se valorize a imagem e a memória de Dom João VI, porque foi ele o autor do documento jurídico que assinou essa, digamos, certidão de nascimento de Sergipe como uma unidade separada da Bahia, então nós precisamos rememorar essa história. Mas mais do que isso, a partir dessa história é que Sergipe começa a se desenvolver e ter a identidade sergipana, o sentimento de pertencimento, que hoje nós chamamos, no dizer de Luiz Antônio Barreto: sergipanidade. Essa data deve ser extremamente valorizada, disseminada e todos os sergipanos deveriam conhecer o valor e a importância do 8 de julho”, explicou.

Diretora da Escola do Legislativo, Telma Pimentel

A diretora da Escola do Legislativo, Telma Pimentel, disse que não há como deixar de celebrar esta data. Na concepção da gestora, a Alese, por intermédio direto da Elese, precisa participar desta celebração.

“Nós convidamos três especialistas para abordar sobre o significado desta data, no aspecto político, socioeconômico e cultural. Não tinha como deixar uma data dessa sem um marco porque foi um marco para Sergipe, e tem que ser um marco para a nossa Escola”, afirmou.

Palestrantes

O Professor Doutor Samuel Barros de Medeiros Albuquerque, palestrou sobre o aspecto cultural deste dia. Ele contou que a identidade cultural demorou a se concretizar, chegando a passar décadas ainda ligada ao Estado da Bahia.

“Esta é uma data muito mais voltada para o campo político do que para o campo cultural; o tempo histórico tem essa diferenciação quando nós tratamento de transformações políticas ou culturais. Nossa emancipação política, efetivamente, tarda e vai muito além, nós só podemos falar de emancipação cultural de Sergipe a partir da década de 1910, após a fundação do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, quando começou a ser discutida a identidade cultural sergipana”, destacou.

Professor doutor Samuel Barros de Medeiros Albuquerque

 

O educador lembrou ainda que, por sucessivos anos, houve uma confusão de datas a ser comemorada como independência. O dia que foi celebrado por um tempo não tem, de acordo com ele, ligação com a história ou qualquer registro realizado.

“Falar da nossa identidade cultural é falar do que chamamos de sergipanidade. Durante muito tempo, o 24 de outubro foi uma data que popularmente tinha muito mais significado e sentido se comparado com o 8 de julho. Sempre se celebrou, mas não é uma data que tenha vinculação histórica à emancipação, mas sim às comemorações da emancipação”, declarou.

A Professora Doutora Terezinha Alves de Oliva proferiu sua palestra sobre o significado político desta data. Ela disse que a emancipação política não ocorreu instantaneamente, mas sim demorou para se concretizar.

Professora doutora Terezinha Alves de Oliva

“Esta data é um fato eminentemente político porque é o marco da data da assinatura da Carta Regia, claro que o fato político não se dá desligado dos outros elementos econômicos, sociais e as reivindicações locais, mas isso é fundamental porque essa ligação com a Bahia não terminou em um passe de mágica, isso foi uma conquista dos sergipanos, que em alguns aspectos ainda continua”, pontuou.

O Professor Doutor Saumíneo da Silva Nascimento explicou que esta demora de desvinculação também custou a acontecer. Ele falou que, atualmente, a diferença é vista de forma mais clara do que se deu à época.

“Há uma grande diferença de Sergipe antes e pós de 1820 e atual, o vínculo de dependência que tínhamos da Bahia do ponto de vista econômico era significativo, impedia que novas atividades fossem desenvolvidas. Nossa economia era muito incipiente na época e ela foi se desenvolvendo aos poucos, se desvinculando dessa dependência da Bahia e ampliando, chegando aos dias atuais a uma economia robusta e em franco-desenvolvimento”, detalhou.

Professor doutor Saumíneo da Silva Nascimento

Ele disse que a principal responsável pela emancipação foi a força econômica que o estado já apresentava naquela época, mesmo com dificuldade para o desenvolvimento local imposto pela ligação com a Bahia.

“Os empresários locais da época, os donos de engenhos e os agricultores tradicionais da pecuária eram muito importantes. O fato de Sergipe não ter aderido à revolução pernambucana de 1817, que queria a independência do Brasil já naquela época, fez com que o então rei outorgasse para Sergipe a sua independência, então veio o decreto como reconhecimento por Sergipe não ter aderido a esse movimento, mas era uma estratégia de perspectiva de estarmos desvinculados porque tudo que produzíamos tinha que mandar para a Bahia, se precisasse exportar, tinha que depender dos escritórios da Bahia e isso dificultava o desenvolvimento da nossa indústria, comercio e agricultura, então os empresários foram fundamentais para este processo”, afirmou.

O Coral da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (CORALES), se apresentou no início do Seminário cantando o Hino de Sergipe. O evento, que ainda contou com a participação do deputado Luciano Pimentel (PP),  foi realizado no Auditório da Escola do Legislativo ‘Deputado João de Seixas Dória’.

 

Fotos: Joel Luiz/Agência de Notícias Alese

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