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Dia do Folclore traz a importância e valorização das manifestações culturais

Por Paulo Santos – Agência de Notícias Alese

O Dia do Folclore Brasileiro é comemorado nesta terça-feira, 22 de agosto. A data foi criada com o intuito de alertar para a importância e valorização das manifestações folclóricas no país. O dia também faz referência à primeira vez que a palavra ‘folclore’ foi utilizada para fazer referência aos costumes de um povo.

Em Sergipe, a data é marcada por várias manifestações culturais em todo o estado, através dos Cacumbi; Cangaceiros; Chegança; Guerreiro; Lambe Sujo e Caboclinho; Maracatu; Parafusos; Reisado; São Gonçalo; Taieira e Zabumba. A atividade contempla ainda ações desenvolvidas por grupos folclóricos do ciclo junino, a exemplo dos Bacamarteiros; Batucada; Samba de Coco; Sarandaia e Pisa-Pólvora.

Nos anos de 2016 e 2017, a Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe incluiu no Calendário Oficial Cultural do Estado de Sergipe a Festa do Mastro de Capela, pela Lei Nº 8.098 (cerimônia em que um grupo de pessoas levantam um tronco de árvore. É uma tradição ancestral, de origem pagã, que simboliza a força e fertilidade masculina); o movimento acontece anualmente no período junino. A Legislação contempla também, por exemplo, o Dia do Capoeirista, celebrado no dia 26 de novembro, devido a Lei Nº 8.299.

Pedro Abelardo, professor e historiador

De acordo com o historiador sergipano Pedro Abelardo, é preciso valorizar as raízes folclóricas. “O folclore é uma data importante pra gente lembrar das riquezas das criações culturais que os povos fazem. Em Sergipe, podemos lembrar de manifestações folclóricas como o Reisado, Chegança, Parafuso e demais elementos que representam nossa cultura popular. Falar do folclore resgata nossa identidade cultural, crenças e valoriza nossas raízes. O [dia] 22 de Agosto é uma data para refletirmos, porque é uma forma de valorizar o que é nosso e reforçar nossa identidade como povo, e conhecer o que é nosso, sem desmerecer o que nossa população produz”, destacou o pesquisador.

Manifestações sergipanas

Estão expostas no Largo da Gente Sergipana oito esculturas de representações folclóricas sergipanas: Lambe Sujo e Caboclinhos, Chegança, Cacumbi, Taieira, Bacamarteiro, Reisado, São Gonçalo e Parafuso.

Lambe-Sujos e Caboclinhos

A festa que acontece sempre mês de outubro data de antes mesmo da abolição da escravatura e é muito comum nos municípios de Laranjeiras e Itaporanga D’Ajuda. Nela se apresentam dois grupos, que através de uma dramaturgia forte retratam o combate entre negros e índios. O folguedo começa com a luta dos índios para resgatar sua princesa que foi roubada pelos negros. Além dos combates, o canto e a dança enriquecem a dramaturgia, que tem seus personagens definidos. 

Reisado

Inspirado no costume de louvar o nascimento de Jesus com cantos e danças, a manifestação teve origem em Portugal e chegou ao Brasil através da colonização. Por lá, a festa começava no Natal e se encerrava na festa de Santos Reis. Conhecida por Reseiras, aqui no Brasil a festa passou a se chamar de Reisado e tem o Nordeste como território de referência. Os cantos e danças são bem presentes na folia, na qual participam elementos humanos, fantásticos e animais.

São Gonçalo

O louvor ao santo é bem difundido em Portugal e no Brasil está presente em diversas regiões. Aqui em Sergipe, existem grupos do folguedo nos municípios de Itaporanga D’Ajuda, Laranjeiras, Pinhão, Poço Verde, Riachão do Dantas, São Cristóvão e Simão Dias. Trata-se de uma dança ritual, com registros na Bahia datados de 1718, destinada inicialmente para pagamentos de promessas feita a São Gonçalo. Mas além da devoção, existem algumas lendas envolvendo a história do santo, sendo uma delas a de que antes de se tornar frade franciscano, ele foi marinheiro e resgatava mulheres do pecado.

Taieira

Inicialmente chamada de Talheira, a festa já acontecia na Vila de Nossa Senhora da Purificação e Santo Amaro, na Bahia, em festejos importantes como nas comemorações pela celebração do casamento de Dona Maria I com Dom Pedro III, de Portugal e Algarves, realizado em junho de 1760. A festa recebe forte influência africana, ligada ao culto nagô e se apresenta como louvor aos santos protetores dos negros, Nossa Senhora do Rosário e a São Benedito. Trata-se de uma dança-cortejo de intenção religiosa e acontece nas festas de seus santos de devoção, no Natal, Ano Novo e dia de Santos Reis. Nesta festa, a rainha das Taieiras é laureada, com a coroa de Nossa Senhora do Rosário, pousada sobre sua cabeça, pelo Padre, durante a missa.

Cacumbi

Acredita-se que a folia seja resultado da evolução e junção de elementos de outras danças e folguedos. Pode ser encontrada em vários municípios brasileiros, com várias identificações a depender da região. Originalmente o Cacumbi remete a uma luta entre um rei negro e um chefe caboclo, sempre vencido pelo rei. Também em homenagem aos padroeiros dos negros São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, o grupo é composto apenas por homens, que obedecem ao som marcante e ao apito que coordena os passos, vestidos com calça branca e camisa amarela. Os personagens são o Mestre, o Contra-Mestre e os dançadores e cantadores.

Bacamarteiros

O termo bacamarteiro ou bacamartista trata-se de uma denominação militar do integrante da infantaria do Exército Imperial Brasileiro, destacado na Guerra do Paraguai, referindo-se ao soldado que manuseava o bacamarte, uma arma de fogo de cano curto e largo, carregada com pólvora seca e com um poder de fogo mortal. Com o fim da guerra e o passar do tempo, o bacamarte se tornou um instrumento de defesa pessoal e das propriedades, principalmente no nordeste brasileiro. Já no período junino ele é utilizado como um desafio à valentia.

 

*Com informações do Governo de Sergipe

Foto: Divulgação

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