27/7/2022
Por Ethiene Fonseca/Agência de Notícias Alese
Ao longo do ano, temos várias datas que marcam o combate aos diversos tipos de câncer, termo utilizado para nomear mais de 100 tipos de doenças malignas. Todas essas enfermidades têm uma característica em comum: elas provocam o crescimento desordenado de células no corpo humano, invadindo tecidos e órgãos.
Visando incentivar a prevenção e levar informação à população, em todo o mundo é celebrado nesta quarta-feira (27) o Dia de Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. Aqui em Sergipe, desde o início do mês, acontece a campanha Julho Verde, com ações para alertar a população sobre a doença. A data estadual foi criada a partir da Lei 8.770, de 2020, aprovada na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese).
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), as células cancerígenas dividem-se rapidamente, formando tumores que podem se espalhar para outras regiões do corpo. Quando a doença ataca as células epiteliais, como as células da pele e as que revestem os órgãos, a doença é considerada um carcinoma. Já quando ataca as células do tecido conjuntivo, como músculos, tendões e nervos, a doença trata-se de um sarcoma.
O oncologista Fernando Coitat Maluf alerta que 3 em cada 100 pacientes oncológicos são de casos de pessoas com câncer da cabeça e pescoço. Sobre o perfil dos pacientes, a doença é mais comum em pessoas acima de 50 anos de idade, afetando mais homens do que mulheres. O especialista também pontua que em países pobres, os fatores de risco aumentam.
“Esse câncer é um câncer que acomete geralmente 3% em relação a todos os tumores. Ou seja, de 100 indivíduos que tenham câncer, três deles terão câncer da cabeça e pescoço. Esse número é ainda mais frequente em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento por conta dos fatores de risco que, nesses países, são fatores de risco mais prevalentes, mais comuns. Eles acometem mais homens do que mulheres, em geral com idade acima de 50 ou 60 anos”, explica o especialista.
Prevenção e diagnóstico
A médica Scheilla Mesquita Salviano aponta que alguns fatores de risco estão diretamente relacionados ao câncer de cabeça e pescoço, como o consumo exagerado de álcool e o hábito de fumar. A especialista também alerta para a exposição solar sem proteção, que pode ser prejudicial para alguns pacientes. Outro cuidado que as pessoas precisam ter é com o aparecimento de feridas de difícil cicatrização.
“Existem alguns fatores de risco que aumentam a chance de ter a doença, como o uso abusivo de álcool e tabaco, além da exposição solar sem proteção a depender do tipo de pele. Feridas que não cicatrizam por mais de 15 dias também precisam ser examinados por um profissional da área da saúde”, explica doutora Scheilla Salviano, que é cirurgiã de cabeça e pescoço.
O diagnóstico do câncer de cabeça e pescoço é feito através de avaliação médica, exame físico direcionado e exames complementares, como a videolaringoscopia e a tomografia computadorizada, explica o otorrinolaringologista Lucas Soares Guimarães. Ele adverte que é preciso ficar atento a alguns sinais ou sintomas que podem aparecer, como dor na região do rosto, rouquidão, incômodo na hora de se alimentar, entre outros.
“Alguns sintomas persistentes como, por exemplo, dor na face, rouquidão por mais de 30 dias, dificuldades ou dor ao se alimentar podem e devem ser avaliados por um otorrinolaringologista. Mas a procura por um profissional da área não deve ser realizada apenas quando estamos com algum tipo de problema. Deve haver uma periodicidade, seja ela semestral ou anual”, explica Lucas.
Foto: Pfizer