Por Assessoria Parlamentar
A propositura foi de autoria da deputada estadual Carminha Paiva (Republicanos), que não escondeu a emoção em contribuir para o reconhecimento de uma das mulheres mais importantes no mundo jurídico e social do Brasil. “Esta homenagem não é apenas um reconhecimento das suas conquistas pessoais e profissionais, mas também um tributo à sua resiliência, coragem e dedicação ao longo de uma trajetória de vida verdadeiramente inspiradora. A carreira de Dra.Luislinda no jurídico e política é marcada por um compromisso inabalável com a justiça, a igualdade e os direitos humanos. É uma mulher admirável que merece todo o nosso respeito e admiração”, declarou Carminha.
Durante discurso, Dra.Luislinda falou emocionada sobre como foi o seu primeiro encontro com Carminha. “Ela chegou lá em Brasília – como secretária de Assistência Social de Socorro -, me pedindo algumas coisas que eu tinha para dar, que não eram minhas, eram do povo. Ela chegou perguntando se poderia entrar, permitir a sua entrada e perguntei a ela o que precisava para o Estado de Sergipe e para Socorro. Eu pedi pra ela sentar que eu iria ali e quando eu voltasse traria tudo para Nossa Senhora do Socorro”, revelou em lágrimas.
A sessão especial foi prestigiada por amigos, familiares, autoridades e representantes de religiões de matrizes africanas. Lausalina Dias, filha/irmã da homenageada, mostrou um outro lado da mulher que é Dra.Luislinda. “A minha mãe faleceu quando eu era muito pequenininha, ainda mamava, e ela me abraçou. Com certeza ela me ajudou a ser e me orientou a ser essa mulher que sou hoje. Tenho muito orgulho de todas as conquistas dela, é mais do que justo. Estamos muito felizes com essa homenagem”, disse.
Entre os convidados estava o Dr. Luis Fausto Dias de Valois Santos, promotor de justiça e filho da homenageada. “Até chegar esse momento de homenagens, de reconhecimento, foram muitas dores e é por essas e tantas outras coisas que eu tenho tanto orgulho da minha mãezinha. Minha mãe é uma cidadã, uma pessoa que saiu da Capelinha de São Caetano e desbravou o mundo. Eu posso dizer que minha mãe é uma desbravadora, minha mãe é fantástica”, declarou.
Representatividade
Nascida no Estado baiano, mas de coração sergipano, Dra. Luislinda escreveu seu nome na história jurídica do país por dois motivos: seu conhecimento e por ter se tornado a primeira juíza negra do país. “Quando olho nos olhos da primeira juíza negra e de cabelo rastafári do Brasil me emociono por tudo que ela representa para milhares de meninas e mulheres negras nesse país que vive as marcas do racismo velado. Ela se tornou uma voz poderosa e respeitada na luta contra a discriminação racial e social”, disse Carminha.
Nascida em Salvador em 20 de janeiro de 1942, filha de seu Luiz, um motorneiro de bonde, e Dona Lindaura, uma passadeira e lavadeira, trouxe consigo a força e a determinação de uma linhagem marcada pelo trabalho árduo e a dignidade. Neta de escravizados, seus pais lhe transmitiram os valores de coragem e perseverança que moldaram o seu caráter e a conduziram ao sucesso.
Foto: Jairo Dantas