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Deputadas defendem a desnaturalização do machismo

Por Aldaci de Souza – Agência de Notícias Alese

Homens inconformados com o empoderamento feminino, continuam fazendo com que o machismo ainda se faça presente na sociedade. Em Sergipe, dados da Secretaria de Estado de Políticas para a Mulher, apontam que 700 mil mulheres estão em situação de pobreza e essa vulnerabilidade mostra a necessidade de combater as desigualdades e injustiças sociais, além da resistência à violação dos direitos, entre eles, o direito de terem a liberdade de ser o que que quiserem. O tema Mulher, suas lutas e conquistas ao longo das últimas décadas, faz parte de pautas especiais que estão sendo desenvolvidas pelo Sistema de Comunicação da Alese durante este mês de março.

O machismo é classificado como um tipo de discriminação criado na sociedade patriarcal dando conta de que mulheres são inferiores aos homens. Ao longo do tempo, essa prática vem perdendo força por meio de uma luta encampada por grande parcela da sociedade. Muitos comportamentos dos homens em relação às pessoas de outros gêneros, acabam sendo naturalizados e por ser uma questão cultural, o machismo estrutural precisa começar a ser combatido dentro de casa e no ambiente escolar.

Deputada Linda Brasil

Na Assembleia Legislativa de Sergipe, entre as bandeiras da deputada Linda Brasil (PSOL), está a que  combate ao machismo que traz sérias consequências às mulheres, às meninas LGBT’S,  às negras, com deficiência física, com condições atípicas de saúde mental e residentes na zona rural.

Para a deputada, a cultura misógina  tem a ver com a questão patriarcal. “Nossa sociedade foi estruturada a partir de um fazer e de um olhar dos homens; por isso que muitas as vezes esse comportamento acaba sendo naturalizado, desde a infância fazendo com que a criança que foi designado um gênero masculino, seja superior, seja mais capaz e mais competente do que as mulheres. Esse tipo de comportamento gera várias outras ações, sobretudo em questão de desigualdade de gênero na sociedade e falta de paridade de gênero nos espaços de poder, principalmente na política, além de provocar vários tipos de violência contra as mulheres e contra a população LGBTQIA+, porque a base da lgbtfobia é a misoginia, é o machismo, o ódio ao feminino infelizmente visto como inferior”, lamenta.

Educação

Ainda há uma dificuldade para certas pessoas em falar sobre o tema que atinge todas as camadas sociais, principalmente pelo fato de continuar sendo naturalizado.

Deputada Lidiane Lucena

Linda Brasil acredita ser preciso investir em uma educação que coloque homens, mulheres, meninos, meninas, héteros, homos, cis e trans, nas mesmas condições. “Somente assim, a gente vai diminuir essas desigualdades de gêneros, essas violências e a falta de participação das mulheres e da população LGBTQIA+ nos espaços de poder”, entende.

Transferência de culpa

Em pleno Século XXI, as mulheres continuam sendo julgadas de diferentes maneiras e ainda vistas numa posição submissa aos homens. Nos casos de assédio sexual, são usados argumentos de que agem por ímpetos em consequência da atração física, característica da educação recebida nos lares de famílias patriarcais. Para as mulheres violadas, denunciar é algo extremamente difícil, levando muitas vezes ao sentimento de culpa, especialmente quando uma legião de pessoas, considera os casos relatados, insignificantes. Com isso, os tipos de assédio ganham força e são mascarados pela cultura machista.

Um recente episódio durante um reality show exibido por uma emissora de TV, em que dois participantes do sexo masculino abordaram uma mulher numa festa na casa onde estão confinados, levou a direção do programa a eliminar os rapazes sob a acusação de importunação sexual. O fato gerou centenas de comentários machistas em todo o país. Muitos homens e até mesmo mulheres afirmaram que a vítima mesmo sem o consentimento que a tocassem, não teria se importado com o que aconteceu ao ponto de se sentir culpada com a expulsão.

Para a deputada Lidiane Lucena (Republicanos), todos os tipos de importunação, assédio e violência sexual precisam ser repudiados fortemente.

“De acordo com o Código Penal Brasileiro (Lei nº 13.718/18), é crime a prática de atos libidinosos contra ou sem anuência da vítima, com o objetivo de ‘satisfazer a própria lasciva ou de a de terceiros’, como por exemplo, casos de assédio e contato sem consentimento. A emissora acertou na eliminação, mas errou ao expor a vítima, que, como grande parte das mulheres assediadas, se sentiu culpada. Não dá mais para tolerarmos que homens se sintam à vontade para violar nossos corpos. Nada justifica esses atos e nós mulheres merecemos respeito”, entende.

Antiguidade

Estudos apontam que o pensamento machista teve origem em Roma, passando a mudar a partir da Revolução Francesa. Nos tempos atuais, os casos de machismo continuam sendo registrados, levando ao aumento do número de violência.  Segundo o psicanalista Helio Hintzeo, o machismo cultural “se baseia na construção, organização, disposição e ordem dos elementos que compõem o corpo social, dando sustentação à dominação patriarcal, enaltecendo os valores constituídos como “masculinos” em direto e desproporcional detrimento dos valores construídos”. 

 

Fotos: Jadilson Simões

 

 

 

 

 

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