Celebra-se nesta sexta-feira (28), o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. Na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), a primeira deputada trans no estado – Linda Brasil (PSOL)- vem intensificando a luta por respeito, igualdade, cidadania e dignidade. Na manhã de hoje, ela esteve juntamente com os assessores, distribuindo no Centro de Aracaju, panfletos sobre a importância da diversidade.
De acordo com a parlamentar, a comunidade enfrenta diariamente violências, marginalização, preconceito e exclusão social. É inaceitável que ainda tenhamos que lutar pelo direito de existir e viver com dignidade; não podemos mais tolerar a violência, a discriminação e a invisibilidade.
“Hoje é o dia de celebrar o orgulho de ser e existir das pessoas LGBTQIA+; um momento de resistência mesmo, mas também de celebrar as conquistas que a gente tá conseguindo, mesmo que seja no âmbito da justiça porque infelizmente o Congresso Nacional tem uma resistência de pautar políticas públicas para a nossa população, mas a gente está avançando no Judiciário com a criminalização da LGBTfobia, os direitos da pessoas trans retificar o nome e o gênero nos cartórios, ocupando as cadeiras nas câmaras municipais e nas assembleias legislativas. Eu tenho orgulho de ser a primeira mulher trans deputada. No Congresso Nacional a gente tem as deputadas Duda Sabert, Érika Hilton; que são travestis e estão ocupando, resistindo e transformando a políotica, além de garantir os direitos para a população”, enfatiza.
Projeto
Linda Brasil protocolou em janeiro de 2024 na Assembleia Legislativa de Sergipe, o Projeto de Lei nº 01/2024 que tem como objetivo instituir a Política Estadual de Promoção da Cidadania LGBTQIAPN+ no estado de Sergipe. São 35 páginas em que a deputada discorre sobre o enfrentamento dos mais diversos tipos de violência e desamparo institucional e governamental dessa parcela da população.
Como deputada transfeminista, mestra em Educação e professora, ela explica que ao longo dos anos, em sua atuação nos movimentos sociais e parlamentar, primeiro como vereadora e agora como deputada, através da sua visão dos problemas enfrentados pela comunidade que ela também faz parte, colocou como premissa em seu mandato na Alese, lutar pela população LGBTQIAPN+ de forma efetiva e de maneira interseccional.
“A gente protocolou esse projeto que trata do estatuto de promoção à cidadania da nossa população e eu espero que ele seja pautado em breve; vou conversar com o presidente Jeferson Andrade para que ele tenha um olhar, pois vai ser muito importante para nós da comunidade, já que já existe esse estatuto de cidadania no Congresso Nacional, mas vem sendo barrado nas comissões por causa do reacionarismo e do fundamentalismo religioso. Tenho certeza que a gente vai conseguir aprovar esse estatuto aqui e vai ser uma conquista muito importante pois seremos o primeiro estado a ter esse documento”, reitera.
O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ teve início um ano após a rebelião de Stonewall Inn ( registrada em 1969), quando os frequentadores do bar homoafetivo decidiram enfrentar a violência policial, dando início à Marcha do Orgulho LGBT visando comemorar o aniversário do episódio.
Fotos: Joel Luiz/Alese