A aprovação do pedido de cassação do mandato do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), acusado de mentir na CPI da Petrobras, levou a deputada estadual Conceição Vieira (PT) a afirmar que o abandono do ex-parlamentar pelos aliados merece uma reflexão. As posturas do presidente Michel Temer e do líder do governo, André Moura, também foram censuradas pela deputada. Para ela, o presidente conquistou um mandato usando Cunha para chegar ao poder e acabou traindo seu ‘condutor’.
“O presidente não eleito, que chegou ao poder num golpe, sem votos, disse que se sente um verdadeiro Carlos Magno, imperador romano, que traiu o irmão para chegar ao poder. O que vimos foi a posição do presidente lavando as mãos, como Pilatos”, comentou a parlamentar, que condena a postura do ‘corrupto e do corruptor’. Conceição disse ainda que Temer e o líder do governo deveriam ter feito algum gesto de solidariedade a Cunha. “Onde estava (André Moura) na votação”, questionou.
A deputada disse que a baixa votação de Cunha, com apenas dez votos a seu favor, revela a nova face da política, onde o poder econômico e político , quando ilícitos, não têm a mesma força que antes. “Como pode um homem que tinha duzentos votos na Câmara Federal sucumbir com dez votos? Veja o que é o poder ilícito, onde ficou a arrogância? O momento político agora diz que é preciso ter humildade, não ser truculento, porque isso está passando”, observou a deputada, lembrando que Cunha, dono de 200 votos no parlamento, deu tudo que tinha (aos aliados) para estar no poder.
Por Dilson Ramos – Agência Alese de Notícias
Foto: Jadilson Simões