logo

Espaço do Servidor

Acesso Rápido

Portal do Servidor

Notícias

Comissão de Direitos Humanos da Câmara faz diligências em SE

Por Aldaci de Souza

No programa Congresso em Pauta apresentado pela TV Alese (canal 5.2), nesta quinta-feira, 26, foram debatidas as Diligências da Comissão de Direitos Humanos e Minoria da Câmara dos Deputados, realizadas semana passada em Sergipe. O deputado federal Carlos Veras (PT-PE) visitou o estado no último dia 19 de agosto apurando duas denúncias de violação e direitos humanos: o processo de retirada das famílias da ocupação João Mulungu (em um prédio na Av, Ivo do Prado, em Aracaju) e o relato de racismo institucional e intolerância religiosa na Universidade Federal de Sergipe.

As diligências foram realizadas a partir de requerimentos apresentados pela deputada federal Érika Kokay (PT-DF) e do deputado federal João Daniel (PT-SE). “Sobre esse grave problema ocorrido no despejo desse imóvel abandonado, nós recebemos a denúncia das famílias da Ocupação João Mulungu, acompanhamos pela imprensa e a partir da solicitação do movimento realizamos a diligência no sentido de a Comissão de Direitos Humanos de Minoria da Câmara dos Deputados ouvir e acompanhar os relatos desse despejo ocorrido na madrugada de um domingo; tendo sido presenciado através da Defensoria Pública de Sergipe e da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE)”, informa acrescentando que os relatos foram dramáticos, com a prisão de seis lideranças, derrubada de muros de um prédio abandonado, ameaças, destruição de biblioteca e cozinha comunitária, uso de força e aparatos, além do impedimento de representantes da OAB e da Defensoria Pública, de entrarem para negociar.

“Temos legislações que impedem despejos durante a pandemia. Temos denúncias graves que as lideranças estão sendo ameaçadas até hoje. Não podemos admitir que se use a força do poder econômico para atender interesses privados, ameaçando, prendendo, usando a força, para realizar um despejo arbitrário durante a madrugada de um domingo pela manhã. Esse desepjo estava suspenso e houve uma decisão imediata num final de semana.Trouxemos o presidente da comissão porque isso não é normal. Os homens e mulheres que lutam por moradia e por causas sociais, somente podem ser despejados após todas as negociações e não houve nenhuma tentativa”, lamenta.

João Daniel ressaltou que na segunda diligência, a comissão se reuniu com o reitor, o vice-reitor e professores da Universidade Federal de Sergipe, além de representantes de movimentos que denunciaram o racismo institucional e religioso no caso do professor concursado Ilzver de Matos,impedido de assumir o cargo na UFS. “Podemos ouvir e entender os encaminhamentos. Esse é o papel de nós parlamentares que defendemos a vida, os direitos humanos e a Constituição; temos a obrigação de acompanhar, ouvir e estar ao lado da população, seja nesse caso do professor, seja no caso da ocupação João Mulungu”, entende enfatizando que na UFS, os representantes deixaram claro que o caso será solucionado.

A doutora em Antropologia, Mariana Mendes de Moura também foi entrevistada no Congresso em Pauta desta quinta-feira, que citou a escritora Carolina Maria de Jesus para mostrar a desigualdade, enfatizando a negritude nos dois casos denunciados.

“Toda a análise passa pela questão racial, tanto sobre o racismo institucional quanto o racismo estrutural. No Brasil colônia, as pessoas escravizadas não tinham direito à educação. A educação é o meio de controle e de poder e quando se traz as políticas afirmativas, elas são necessárias como uma forma de reparação, O racismo institucional coloca todos os obstáculos para os negros não assumirem e isso é muito profundo. No caso do professor que é negro e candomblecista, quando conquista de forma legítima o direito de estar na universidade e não consegue acessar, vemos como o sistema colonial ainda não foi superado. Quanto à ocupação João Mulungu, estamos falando de pessoas vistas como marginalizadas e vulneráveis socialmente; pessoas indesejáveis. A expulsão dessas pessoas da ocupação urbana para a construção em prol do capital e de um projeto econômico muito maior. Esse é o reflexo da maldade que o racismo estrutural trata essas pessoas”, observa.

Foto: Divulgação Câmara Federal

 

Outras notícias para você

Últimas Notícias

Acompanhe ao vivo

WHATSAPP

Cadastre-se para receber notícias da Assembleia Legislativa no seu celular

Pular para o conteúdo