Por Assessoria Parlamentar
Quase meia década desde o assassinato da vereadora Marielle Franco e ainda não se tem a resposta de quem foi o mandate do brutal assassinado, ocorrido em 18 de março de 2018, que vitimou, também, o motorista Anderson Gomes. Durante a sessão plenária da Assembleia Legislativa de Sergipe, nesta terça-feira, 14, a deputada estadual Linda Brasil (Psol) usou a tribuna para fazer homenagens à trajetória da também socióloga e ativista pelos direitos humanos, além de cobrar respostas sobre o caso. Linda, emocionada, reforçou a importância do Instituto Marielle para o protagonismo de novas personalidades políticas que atuam na luta feminista, antirracista, progressista e contra a estrutura política fundamentalista.
“É tempo demais!”, definiu a parlamentar, num discurso emocionado, referente aos cinco anos sem respostas sobre o mandante do crime. Para Linda, a morte de Marielle foi uma tentativa frustrada de silenciamento do movimento feminista. “Marielle era uma mulher cujo corpo, assim como o meu, não costumava figurar em espaço como este. Espaços de poder, de decisão e, por isso, causava incômodo. Quem mandou matar Marielle tentou silenciar esse movimento que denuncia essa estrutura machista, racista, LGBTfóbica, fundamentalista. Mas não conseguiram. Marielle foi como uma semente que germinou, transformou-se numa linda árvore e deu frutos. Frutos fortes, resistentes, com história e força para lutar. Estamos ocupando os espaços que sempre nos foram negados. Vamos fazer uma revolução. Vamos mudar a fotografia da política deste país”, disse Linda.
Em seu pronunciamento, Linda reforçou a importância do Instituto Marielle para o aumento de candidaturas de mulheres negras, faveladas, lésbicas, bissexuais e trans na política brasileira, avaliando essa maior participação como uma resposta à onda política conservadora que tentou apagar o legado de Marielle. “Hoje, são 45 eleitas de 4 regiões do país e de 7 estados comprometidas com a Agenda Marielle Franco para o Congresso e as Assembleias Legislativas, e eu tenho orgulho da nossa mandata dar continuidade ao legado político e social de Marielle”, disse.
Agenda Marielle
Linda registrou que, em Sergipe, sua mandata faz parte da Agenda Marielle Franco, que é um conjunto que práticas e compromissos políticos antirracista, feminista, LGBTQIA+ e populares, que se esperam na forma de fazer política da vereadora. “Nas eleições de 2020 e de 2022 assinei a Agenda Marielle Franco, organizada com o apoio de mais de 100 organizações, e assinada por mais de 150 entidades e mais de 8.000 pessoas. Uma agenda coletiva para a construção de um futuro comum! A mandata estará alinhada com os objetivos e a missão dessa agenda importante para revolucionarmos a sociedade brasileira”.
PLs protolocados
Nesta terça-feira, a deputada protocolou dois Projetos de Lei inspirados nas proposições da Agenda Marielle Franco. O primeiro que autoriza o funcionamento em horário noturno das creches, pré-escolas, instituições de educação infantil e centros de educação infantil conveniadas ao Sistema Estadual de Ensino de Sergipe e dá outras providências. E o segundo que trata da criação do dossiê da mulher sergipana que consistirá na elaboração de estatísticas periódicas sobre as mulheres atendidas pelas políticas públicas sob ingerência do Estado de Sergipe.
Quem mandou matar Marielle?
Linda se comprometeu em continuar, firmemente, defendendo o legado da ex-colega de partido e cobrou respostas ao caso. “Queremos saber “Quem mandou matar Marielle?” e não vamos medir esforços para cobrar das autoridades que as investigações cheguem ao mandante político desse crime. E, vamos defender a sua memória. Nenhuma fake news será capaz de manchar a história de Marielle. Vamos defender sua memória para que as futuras gerações sigam lembrando quem foi Marielle e o que ela representa. Marielle, presente! Hoje e sempre!”, finalizou a parlamentar.
Foto: Divulgação Ascom