Em um discurso emocionado, a deputada Carminha Paiva (Republicanos) destacou, na Sessão Plenária desta terça-feira (18), o Mal de Alzheimer, doença que atinge milhões de famílias brasileiras e que muitas vezes, é tratada com desinformação e preconceito. Ela protocolou um Projeto de Lei solicitando políticas públicas para pessoas com Alzheimer e apoio às famílias e cuidadores.
O Alzheimer é uma enfermidade neurodegenerativa progressiva que afeta a memória, a cognição e a capacidade de comunicação, tornando-se um grande desafio para pacientes e principalmente para seus familiares e cuidadores. No Brasil, estima-se que mais de um milhão e 200 mil pessoas convivam com essa condição. Esse número só tende a crescer com o aumento da expectativa de vida da nossa população. Falar sobre o Alzheimer não é apenas uma questão de saúde pública; é uma questão de humanidade e eu falo não apenas como parlamentar, mas também como filha. Meu pai foi diagnosticado com Alzheimer e minha família passou (e ainda passa) pelos desafios que essa doença impõe. Sei na pele, o que é ver alguém que amamos perder, pouco a pouco a memória, a autoestima e em alguns momentos, até mesmo a própria identidade”, lamenta sem conseguir segurar o choro.
Carminha Paiva acrescentou ser uma dor silenciosa que afeta não só o paciente , mas todos ao seu redor. “Muitos cuidadores, em sua maioria familiares, enfrentam esse desafio praticamente sozinhos, sem apoio, sem orientação e, muitas vezes, sem suporte financeiro para arcar com os custos do tratamento e dos cuidados necessários. Essa realidade precisa mudar. Por isso, é fundamental que fortaleçamos as políticas públicas voltadas para a saúde mental e a atenção ao idoso. Precisamos garantir diagnóstico precoce e acesso a tratamentos que possam retardar a progressão da doença; capacitação e suporte para cuidadores que muitas vezes são esquecidos e sobrecarregados; ampliação de centros de atendimento especializados para pacientes com Alzheimer e outras demências”, entende.
Segundo a parlamentar, é preciso combater o estigma que ainda cerca essa doença. “Muitas pessoas acreditam, erroneamente, que o Alzheimer faz parte do envelhecimento natural, quando na verdade ele é uma enfermidade séria e debilitante. Precisamos falar sobre isso, conscientizar a população e garantir que nenhum paciente ou família enfrente essa jornada sozinha. Cuidar de quem cuidou de nós é um dever moral e social. Se queremos um futuro mais digno para nossos idosos, precisamos agir agora. Não podemos fechar os olhos para essa realidade. Foi por isso que protocolamos um Projeto de Lei intitulado Memória Cidadã, que trata sobre políticas públicas eficazes para pessoas com Alzheimer, bem como a conscientização, orientação e apoio às famílias e cuidadores de pessoas diagnósticadas com a doença. Reafirmo o meu compromisso de lutar para garantir dignidade, suporte e acolhimento a todas as famílias que enfrentam o Alzheimer. Que essa Casa Legislativa, com a força de todos os seus membros, possa se unir nessa missão e avançar com medidas concretas em favor dos nossos idosos”, observa.
Foto: Jadilson Simões/Agência de Notícias Alese
