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Câncer do colo de útero: 220 novos casos devem ser registrados em Sergipe este ano

Aconteceu na tarde desta quarta-feira (30) no plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe, uma audiência pública realizada pela presidente da Comissão de Saúde, Assistência e Previdência Social da Alese, a deputada Silvia Fontes (PDT). Com o tema: Sergipe Contra O Colo de Útero, o evento contou com especialistas renomados, a exemplo do médico oncologista Nivaldo Vieira, que revelou a expectativa de  220 novos casos da doença no Estado em 2016, sendo a maioria em Aracaju.

Nivaldo Vieira: "À cada 90 minutos uma mulher, de câncer de útero no Brasil"

Nivaldo Vieira: “À cada 90 minutos uma mulher, de câncer de útero no Brasil”

É um câncer prevenível inclusive com vacinação, mas no Brasil os números são alarmantes e nem todos os casos vão para as estimativas. O câncer de colo de útero é a terceira maior incidência entre as mulheres. “A maioria tem 49 anos, é tratada no SUS, 65% tem baixa escolaridade e 52% são mulheres casadas. Esse é o perfil: são mulheres em plena atividade produtiva, têm filhos e são retiradas do mercado de trabalho. À cada 90 minutos morre no Brasil, uma mulher, de câncer de útero”, lamenta Nivaldo Vieira.

 

O médico destacou que o câncer de colo de útero vem aumentando. “Nós enxergamos entre 2014 e 2015, um aumento de 3,3% e a grande pergunta que não conseguimos responder é se o número está aumentando ou se a gente está conseguindo notificar mais os casos. O Brasil tem duas vezes mais mortes por câncer de colo de útero do que os Estados Unidos. Em Sergipe, o número é de 220 casos novos em 2016”, ressalta acrescentando ser lamentável que o país não consiga combater uma doença que é prevenível.

O radioonclogista Marco Antônio falou sobre o tratamento em SE

O radio-oncologista Marco Antônio falou sobre o tratamento em SE

O oncologista informou ser necessária a necessidade de ampliar a capacidade de atendimento. “Quando a mulher já tem câncer e precisa do tratamento de quimioterapia e radioterapia, os dados são catastróficos. Nós precisamos de um sistema completo que vai desde a vacina até o tratamento da mulher com a doença em metástase. Em dez anos nós não temos opções de tratamento”, lamenta anunciando que o cenário que está ruim, vai piorar em 15 anos.

Radioterapia

O médico radio-oncologista Marco Antônio Costa Campos de Santana destacou as quebras repetitivas das máquinas de radioterapia no Estado de Sergipe, prejudicando o tratamento. “É de conhecimento público que a radioterapia de Sergipe é muito problemática com interrupção de tratamento por conta da quebra repetitivas das únicas duas máquinas (no Hospital de Urgência e no Cirurgia), perda de peças e muitas pessoas perderam a chance de ser tratadas. Temos uma das maiores taxas de mortalidade em virtude do câncer de colo de útero aqui no nosso Estado e essa audiência aqui na Assembleia Legislativa é muito importante para debatermos o assunto”, ressalta.

Iniciativa

Defensor Público Gustavo Dantas

Defensor Público Gustavo Dantas

A deputada Silvia Fontes, responsável pela iniciativa da audiência pública disse ser assustador que à cada 90 minutos morra uma mulher vítima da doença no Brasil. “Temos aqui hoje especialistas e representantes de vários órgãos públicos para fazermos uma discussão ampla sobre o câncer do colo de útero que é o que mais mata. É extremamente assustador que à cada 90 minutos morra uma mulher no Brasil com a doença e se tivéssemos uma política pública mais voltada para a prevenção, com certeza não estaríamos com essas estatísticas”, diz lembrando ter feito uma indicação ao governador Jackson Barreto (PMDB) para que seja instituído o mês de março como prevenção ao câncer de colo de útero, além da criação da Câmara Permanente de Mediação e Saúde de Sergipe, por meio de parcerias públicas.

Constituição

Procurador Carlos Augusto Alcântara

Procurador Carlos Augusto Alcântara

O procurador de Justiça, Carlos Augusto Alcântara falou sobre o direito à saúde como garantia constitucional, em que diz que a saúde é direito de todos e dever do Estado, que visem a redução da doença e de outros agravos, ao acesso igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação.

“O direito à saúde é social e sem a sua garantia os outros direitos jamais devem ser exercitados, é aquele que garante a própria existência, sem falar na dignidade. O texto constitucional sem meias palavras

Ações

Na ocasião, a diretora de Assistência à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Rosely Mota Rocha garantiu que o atendimento oncológico em Sergipe é prioritário. “Tanto do Governo, quanto da Secretaria da Saúde, a ação prioritária é a atenção oncológica. Hoje na quimioterapia temos menos de 5% de quimioterápicos em falta e nenhum deles é problema da secretaria, mas de fabricantes, matéria-prima. Com relação à radioterapia, que é um problema nacional, tem um plano do Ministério da Saúde e Sergipe está no primeiro bloco para a implantação de mais um aparelho, que deve estar funcionando em março”, acredita.

Palestrante de São Paulo, Câmara Lopes

Palestrante de São Paulo, Câmara Lopes

O defensor público Gustavo Dantas falou sobre a questão da judicialização. “No Núcleo da Saúde da Defensoria Pública de Sergipe especificamente sobre a oncologia não temos uma demanda tão alta. Em 2015 foram 39 ações envolvendo a incidência do câncer. Em 2016 está apresentando uma leve baixa. Até julho tivemos 15 ações e acreditamos ser por iniciativa nossa em resolver as questões extrajudiciais, evitando a judicialização”, diz.

Experiência

O representante do Instituto Genoa, de São Paulo, Câmara Lopes, falou sobre uma experiência que teve de outros países, quanto aos exames preventivos ao câncer de colo uterino.

Pacientes acompanharam nas galerias

Pacientes acompanharam nas galerias

“Se pegar 100 mulheres infectadas, você vai conseguir uma citologia e diagnóstico em 47, sendo que 53 vão receber um resultado falso negativo. Vão voltar contentes pra casa, mas são portadoras de HPV de alto risco. Agora existe um processo em que a amostra da alta coleta é levada para um laboratório para ser feito um estudo molecular de DNA e depois a sub-tipagem dos vírus e a partir dai, de 100 mulheres, exclui 93 e se não tiverem infectadas, farão exames nos próximos dez anos. Hoje na China, o índice de câncer de colo de útero é igual aos Estados Unidos. Estamos fazendo uma inovação de uma coisa que se faz em várias partes do mundo para acontecer no Brasil em até cinco anos”, ressalta

A presidente da Associação Mulheres de Peito, Aline Souza, também participou do evento. “Eu quero fazer um clamor e uma sugestão: enquanto as Unidades Básicas de Saúde não estenderem o trabalho extra-muros, essa situação não será resolvida. Existe uma falta de educação em Saúde, temos que andar lado a lado e precisamos de ações imediatas. Quando se coloca metas para exames citológicos, não são batidas. Precisamos de ações da zona urbana à zona rural”, entende.

Dados

Deputados e convidados no plenário

Deputados e convidados no plenário

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), esperam-se para o Brasil em 2016, 6.950 casos novos de câncer de colo do útero, com um risco estimado de 6,74 casos a cada 100 mil mulheres.

O câncer de colo uterino é o 5º mais incidente na Região Sudeste (9,58/100mil); no Centro-Oeste (5,99/100 mil), ocupando a 7ª posição. Na região Nordeste (4,58/100 mil), sendo o 8º mais frequente. Na região Norte (2,71/100 mil), ocupando a 9ª posição e na região Sul (5,21/100 mil, sendo o 12º mais frequente.

 

A mesa foi composta pela deputada Silvia Fontes, autora da propositura; o oncologista e coordenador-científico do evento, Nivaldo Vieira; o procurador de Justiça, Auguso Alcântara, a diretora de Assistência à Saúde da SES, Roseliy Mota Rocha; o procurador do Núcleo de Saúde da Procuradoria Geral do Estado, Marcelo Aguiar; o promotor da Saúde do Ministério Público Estadual, Fábio Viegas; o defensor público d Núcelo de Apoio à Saúde da Defensoria Pública de Sergipe, Gustavo Dantas, o radio-oncologista Marcos Antônio de Santana Lopes e o integrante do Instituto Genoa, Câmara Lopes.

Os deputados Gilson Andadre (PTC), Georgeo Passos (PTC) e Maria Mendonça (PP), também participaram da audiência pública no plenário da Alese.

Por Agência Alese de Notícias

Fotos: César de Oliveira

 

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