10/6/2022
Por Shis Vitória/ Agência de Notícias Alese
“A Lei 13.019/2014 e o papel de transformação provocado por Organizações da Sociedade Civil em Sergipe”. Este foi o tema central da Audiência Pública realizada na manhã desta sexta-feira, 10 de junho, na Sala de Comissões da Assembleia Legislativa de Sergipe. A audiência é fruto da iniciativa do deputado estadual Iran Barbosa (Psol), a partir de um chamamento do Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC) e da Plataforma por um Novo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil em Sergipe (Plataforma MROSC Sergipe), rede que agrega diversas Organizações da Sociedade Civil (OSC).
Para a exposição, o deputado convidou o secretário Executivo do CDJBC e representante da Plataforma MROSC Sergipe, Alex Federle, o representante da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Sergipe), João Alexandre de Freitas Neto, a gerente administrativa do CIRAS e da Plataforma MROSC Sergipe, Carolyn Estella, e a Irmã Marisa representante do Oratório de Bebé.
Iran Barbosa destacou a importância da discussão entre o poder público e a sociedade civil. “A ação favorece discussões entre poder público e as entidades da sociedade civil que se predispõe em ajudar no processo ao fazer a mediação dentro das necessidades das políticas públicas e que precisam chegar na população. Fazemos isso baseado na Lei 13.019/2014 que instituiu o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil e hoje foi uma oportunidade de debater como que isso tem sido desenvolvido no Estado. Defendemos a transparência, defendemos a regularização dos processos, mas também, queremos que a sociedade civil seja ouvida e respeitada naquilo que ela pode contribuir para avançar em aspectos que a administração pública não consegue dar encaminhamento por isso, é tão válido esta audiência na ideia de visualizar como o MROSC em Sergipe está sendo executado”, afirmou.
Em sua fala, Alex Federle comentou a respeito das organizações e o seu papel neste contexto. “As organizações são responsáveis por inúmeras ações de desenvolvimento humano, social e ambiental que o Estado não consegue alcançar. Situação que pôde ser constatada durante os últimos dois anos de pandemia, quando se evidenciou o papel dessas organizações sejam elas de pequeno, médio ou grande porte que cumprem na sociedade sergipana. Se não fosse suas ações de intervenção, certamente o Estado de Sergipe teria entrado em um colapso social, principalmente no quesito da fome. O debate permitiu discutir ou mesmo repensar o formato nas relações conforme preconiza a Lei 13.019/2014 e suas alterações”, disse.
Na ocasião, João Alexandre fez uma avaliação do MROSC Sergipe no semirárido. “O Marco Regulatório traz elementos fortes e estamos de forma constante convocando o poder público, as organizações da sociedade civil, sindicatos ao longo desses anos para essas discussões. Sentimos que houve uma adesão, porém, precisamos ainda avançar bastante em Sergipe. É algo que não pode parar principalmente o poder público que lida com chamadas públicas, editais, licitações e precisa estar atento ao que demanda o Marco Regulatório e a Lei”, pontuou.
Carolyn Estela compartilhou sua experiência na militância à frente de uma instituição social. “Irei completar 50 anos que cheguei em Aracaju e naquela época eu não entendia as obrigações de uma ONG, leis e tudo isso aprendi com o tempo, além disso, nesta jornada encontramos no caminho muitas pessoas dispostas a somar com a causa”, frisou.
A representante da Associação Comunitária dos Territórios Remanescentes dos Quilombolas, Josefa Santos, que reside em Simão Dias parabenizou a ação e o trabalho da ASA. “Faço questão de participar de eventos como esse porque nos dão o poder de voz e isso devemos ao ASA que abre portas para o agricultor do semiárido”, concluiu.