Por Ascom Parlamentar
Nessa sexta-feira, 27, a partir das 9 horas, a Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), por iniciativa do deputado Iran Barbosa, do PT, debaterá o Atlas da Violência 2019, publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em julho deste ano. O estudo permite um maior nível de análise dos dados e de recorte das informações, como o perfil das vítimas e o tipo de local do crime, e uma série histórica mais longa para diversos indicadores. Para apresentar o Atlas e os seus resultados, com destaque para os dados de Sergipe, foi convidado o doutor em Economia pela PUC/Rio, Daniel Ricardo de Castro Cerqueira, pesquisador do Ipea e um dos coordenadores da pesquisa.
“O nosso objetivo ao fazer a exposição dessa pesquisa na Alese é ter acesso e dar publicidade aos dados atualizados sobre a violência no Brasil e em Sergipe, particularmente, e falar de políticas públicas de enfrentamento à violência. Vamos debater sobre o que tem de fato acontecido em relação aos homicídios; sobre quais as tendências para o futuro em relação ao tema da violência; sobre as oportunidades que se abrem para que políticas públicas venham a contribuir para a diminuição dos índices de violência; e sobre quais as boas experiências existentes e quais as que não devemos praticar na área de segurança pública. Precisamos apontar quais os caminhos efetivos para que a sociedade brasileira e, em particular, a sergipana, consiga trilhar uma trajetória em direção à luz no final do túnel para superarmos a barbárie que é a criminalidade e a violência em nosso país”, explicou Daniel Cerqueira.
Os dados do Atlas da Violência 2019 referem-se ao período de 2007 a 2017, considerando as informações mais recentes tabuladas pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), e os pesquisadores analisaram inúmeros indicadores para melhor compreender o processo de acentuada violência no país. Um dos números que mais chamam a atenção na pesquisa é o da taxa de homicídio de mulheres, que cresceu acima da média nacional em 2017. O estudo revela que, enquanto a taxa geral de homicídios no país aumentou 4,2% na comparação 2017-2016, a taxa que conta apenas as mortes de mulheres cresceu 5,4%, sendo que a taxa de homicídios de mulheres negras (29,9%) é maior e cresceu mais que a das mulheres não negras (1,6%), entre 2007 e 2017.
“Essa Audiência Pública tem por objetivo justamente dar visibilidade a esses números e nos ajudar a analisar melhor a realidade da violência em Sergipe e no Brasil que tem crescido assustadoramente. Importante entender também as análises sobre os recortes de gênero, raça, orientação sexual, idade, classe social e outros, que certamente apontarão para outra dura realidade: a violência em nosso país tem cor, idade e perfil social, atingindo mais fortemente negros, jovens, moradores das periferias, as mulheres e LGBTIs”, destacou Iran Barbosa.