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Ana Lúcia presta homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco

“As rosas da resistência nascem no asfalto. A gente recebe rosas, mas vamos estar com o punho cerrado falando de nossa existência contra os mandos e desmandos que afetam nossas vidas”. Foi com esta frase da vereadora do PSOL do Rio de Janeiro Marielle Franco, que a deputada estadual prestou sua homenagem à companheira, que foi brutalmente executada no último dia 14.

Em discurso emocionante, Ana Lúcia registrou na tribuna sua participação no ato público realizado na noite de ontem, 18, em homenagem à memória, à luta e à trajetória de Marielle, que além de vereadora era uma grande defensora dos direitos humanos e que se tornou símbolo de resistência e inspiração para todos aqueles que lutam e sonham com um mundo livre de opressões.

“A eliminação dela foi projetada, programada. Dois carros acompanharam Marielle, viram onde ela estava sentada. Foram quatro balas que acertaram sua cabeça com o carro em movimento, não foi qualquer atirador, foi um atirador de elite. Estamos numa situação extremamente grave nesse país e a memória de Marielle ficará viva para nos dar forca e resistência de superarmos este cenário fascista”, denunciou Ana Lúcia.

“Presto minha homenagem a toda a militância do PSOL, da Frente Povo Sem Medo e a todas as mulheres militantes que, assim como Marielle fez ao longo de sua trajetória, demonstraram competência, coragem para o enfrentamento e muita clareza do projeto que nós estamos defendendo neste momento”, destacou a deputada, referindo-se ao ato. Ela ressaltou sua indignação com o fato de a Câmara de Vereadores de Aracaju – local onde o ato aconteceu – estar de portas cerradas no momento do ato.

Por meio de dados estarrecedores sobre a violência contra a população negra – sobretudo a juventude -, as mulheres e a população LGBT, Ana Lúcia desnudou a intolerância, o racismo, o machismo e a LGBTfobia que faz cotidianamente vítimas fatais em nosso país. “No Brasil, a cada cinco minutos uma mulher é agredida e a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado”, lamentou, ressaltando que Marielle era mulher, negra, de origem popular e LGBT.

De acordo com o Atlas da Violência 2017, de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. “Mais de 318 mil jovens foram assassinados no Brasil entre 2005 e 2015. Apenas em 2015, foram 31.264 homicídios de pessoas com idade entre 15 e 29 anos”, lamentou Ana Lúcia. Em Sergipe, esta realidade não é diferente: entre 2005 e 2015, a taxa de homicídio para cada 100 mil habitantes de não negros cresceu 9,4% em nosso Estado, enquanto de negros cresceu 197,4%.

As mulheres negras também são muito mais vítimas de homicídio do que as brancas. Prova disso é que a taxa de homicídio para cada 100 mil habitantes, entre 2005 e 2015  de mulheres não negras cresceu 21,4% enquanto de mulheres negras cresceu 141,9%. Da mesma forma, entre os anos de 2014 e 2015 o homicídio de mulheres não negras reduziu 46,9% e de mulheres negras reduziu apenas 3,2%. “O Brasil ocupa a quinta posição em número de feminicídios num ranking de 83 países”, completou a deputada.

Outra população que é vítima de constante preconceito e violência no país e por isso estava na pauta de defesa da companheira Marielle é a população LGBT. De acordo com pesquisa realizada pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), das 445 vítimas de homotransfobia registradas em 2017, 194 eram gays (43,6%), 191 trans (42,9%), 43 lésbicas (9,7%), 5 bissexuais (1,1%) e 12 heterossexuais (2,7%), que tentaram defender algum gay ou lésbica quando ameaçados de morte, por estarem em espaços predominantemente gays ou por serem amantes de travestis e/ou transexuais.

”Precisamos ter coragem de enfrentar este comportamento machista, misógino e homofóbico. Precisamos exercer a superação o tempo todo para superar o preconceito”, resumiu Ana Lúcia.

Praça Marielle Vive

Ana Lúcia repercutiu ainda a informação apresentada pelo militante do PSOL de Sergipe, Atamário Cordeiro, a um programa de rádio, de que o partido protocolou um pedido de mudança do nome da Praça General Valadão para que ela passe a ser chamada “Praça Marielle Vive”. “Eles estão pedindo que a praça retire o nome de um militar para colocar o nome de uma mulher, uma heroína, que sofreu todos os tipos de discriminação”, disse, reforçando o pedido.

Por Assessoria de Imprensa

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