A deputada Ana Lúcia Vieira (PT), lamentou na sessão desta quinta-feira (25), a divulgação de uma nota assinada pelo presidente do Diretório Estadual do Partido Social Cristão (PSC/SE), deputado federal André Moura, repudiando a pichação e afixação de cartazes na sede do PSC.
“Sobre essa nota do PSC assinada por André Moura, colocando que o ato na porta do PSC foi um ato de vândalos e de forma subliminar, eu estou coordenando e liderando vândalos e pessoas que apedrejam os bens públicos, o que eu penso e a forma que ajo no mundo é uma formação que vem de família. Aos 14 anos eu assisti a um Golpe Civil Militar e meu irmão com 17 anos, recebendo ordem de prisão porque era do Partido Comunista. Meus tios e meus pais nos deram formação moral e ética muito boa. Nós não estamos vivendo um regime democrático, estamos vivendo um regime de cessão”, entende.
A parlamentar completou em seu pronunciamento no pequeno expediente da sessão plenária desta quinta-feira: “Quero dizer que usurpar do dinheiro público é também um comportamento de vândalos. Espero que esse país atravesse essa turbulência, assegurando o respeito e as relações que a democracia exige, com respeito, disputa e sem arrogância. O Senhor André Moura está pensando que vai inibir a minha posição nos atos, nas ruas, não vai inibir. Eu posso perder o mandato, agora com dignidade, pela minha posição ideológica e não por corrupção, não pelo mau uso do dinheiro público, não por burlar e comprar votos”, ressalta.
Sobre a participação nas manifestações públicas, a deputada Ana Lúcia disse trabalhar e estar presente em todos os movimentos, mas com responsabilidade. “O único espaço de deliberação que eu participo é aquele que eu me constituí: o Sindicato dos Trabalhadores da Educação, porque tenho identidade e acredito que a organização popular são os espaços das ruas e qualquer outro espaço que a gente tem que conscientizar o povo dessa opressão, dessa corrupção onde os bilionários desse país é que comandam há mais de 500 anos, infelizmente. O povo tem que ser soberano como diz a Constituição, portanto eu espero que essa soberania popular ajude a passar por essa tremenda turbulência que o país vive”, conclui.
Contraponto
O líder do PSC na Assembleia Legislativa de Sergipe, deputado Antônio dos Santos fez o uso da tribuna para defender o partido e criticar a depredação do patrimônio público.
Pastor Antônio: “Discordamos plenamente que o nosso espaço seja destruído”
“Estive em Brasília ontem e não concordo com a destruição do patrimônio. Quanto ao que a colega Ana Lúcia falou, todos nós respeitamos as manifestações, mas não acredito que o brasileiro de sã consciência concorde com os atos que foram praticados ontem no Brasil. Uma manifestação longa, com muita gente, mas que destruiu o patrimônio público do jeito que foi destruído. Para que danificar os bens? O que aconteceu ontem nos Ministérios da Cultura e do Planejamento, é lamentável. Quem organizou o evento deve estar pronto a responder por tudo isso. Nunca concordarei com atos dessa natureza. Por que se for assim, como fica a proteção do direito de propriedade. Não é esse o caminho. Ontem vimos pessoas presas, machucadas e não havia necessidade”, entende o pastor Antônio dos Santos.
Sobre o ato na sede do PSC em Sergipe, o parlamentar destacou ter a honra de participar do partido do mesmo jeito que a deputada tem de participar do PT. “Discordamos plenamente que o nosso espaço seja um bem público ou privado, seja destruído por qualquer manifestação”, enfatiza.
Por Agência de Notícias Alese
Fotos: Jadilson Simões
