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Alese realiza Sessão Especial sobre Orgulho LGBTQIAPN+

Por Wênia Bandeira / Agência de Notícias Alese

A Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese) realizou nesta quarta-feira (28), uma Sessão Especial dedicada ao tema: ‘Orgulho e Resistência: Pessoas LGBTQIAPN+ nos Espaços de Poder’. A propositura é da deputada Linda Brasil (PSOL), e tem por objetivo celebrar a luta do movimento, bem como ampliar as discussões sobre os direitos e garantiras já conquistados; a ação busca ainda intensificar a conquista de novos avanços.

Justamente na busca, sobretudo por respeito e pelo fim do preconceito, todos os anos esta data – 28 de junho -, é dedicado ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+. A parlamentar falou que neste dia é preciso mostrar o orgulho de forma clara para comemorar as vitórias conquistadas e a alegria de poder viver conforme a sua orientação e identidade.

“É dia do orgulho, apesar de tanto preconceito, discurso de ódio e violência, a gente precisa ter orgulho de sermos quem nós somos, de viver a nossa verdade, de poder amar, se emocionar e existir da forma que a gente se sinta bem. Então esse dia tem a ver com isso, da gente não se esconder nos armários, não ter vergonha ou medo porque o problema não está em nós, mas sim na sociedade, que por causa do preconceito e de uma construção social coloca esses grupos vulnerabilizados em uma situação de inferioridade, de marginalidade e de estigmatização. É um dia para a gente desconstruir esses estereótipos em relação a nossa população”, afirmou.

Linda Brasil é a primeira mulher trans eleita deputada em Sergipe. Esta representatividade foi também tema da Sessão Especial, com declarações sobre a necessidade de garantir que as pessoas possam se ver em diversos espaços de poder.

“Pela primeira vez aqui na Assembleia Legislativa a gente tem uma pessoa assumidamente do público LGBT e a primeira trans que está ocupando uma cadeira; isso é muito significativo e mostra que as pessoas não estão mais aceitando discursos de ódio. Estão possibilitando que pessoas como eu não tinha acesso a certos espaços a estar aqui, mas com uma perspectiva de representar, de transformar e de melhorar a nossa democracia e a sociedade, combatendo toda forma de opressão e de injustiça social”, declarou.

O representante do Conselho Estadual LGBTQIAPN+, Caio César, explicou que este orgulho faz com que as pessoas que se identificam possam também se incluir no público LGBTQIAPN+ sem receios de sofrer em razão do preconceito ainda existente na sociedade contemporânea.

“Na verdade, muitas pessoas ainda não sentem esse orgulho que nós estamos falando, de se reconhecer enquanto pessoa adversa, por causa dos discursos que nós temos no país. Esse dia também é para isso: para que a gente incentive para que as pessoas possam assumir a sua diversidade com muito orgulho e não com tristeza”, disse.

A violência é sempre presente contra estas pessoas e Caio Cesar pontuou que é preciso mudar a realidade. “Uma pessoa trans tem expectativa de vida de 35 anos no Brasil, há um alto índice de suicídio entre jovens LGBTQIAPN+s, nós precisamos não apenas ter espaços em lugares de poder, mas também de políticas públicas efetivas para esta população, que tem demandas especificas e que contribui para o crescimento do país e, portanto, merece ter um olhar específico para que a gente possa ter igualdade entre as pessoas”, declarou.

A coordenadora de Políticas Públicas LGBTQIA+ do Governo do Estado, Silvania Sousa, salientou que existem vitórias conquistadas, mas elas não representam benefícios, mas sim direitos para pessoas que fazem parte da sociedade.

“É importante sempre falar que esses ganhos não querem dizer privilégios. Então o direito de eu adotar uma criança, de ser respeitada, de ter um momento de carinho com meu companheiro que seja LGBT, isso tudo é direito. A gente precisa ter o direito de sair nas ruas sem que as pessoas nos xinguem, nos agrida ou tenha o ódio a respeito da nossa sexualidade ou da nossa identidade de gênero”, afirmou.

Silvania destacou ainda que esta quantidade de letras [LGBTQIAPN+] é falada por muitos de forma pejorativa e, por este motivo, o Governo do Estado iniciou a Campanha: ‘Mais do que letras, pessoas”.

“A gente quer informar a população que não são apenas letras, são pessoas que querem ser respeitadas, ouvidas e ter voz. É preciso respeitar a representatividade de cada uma dessas pessoas, então a intenção é extinguir de uma vez por todas as palavras homofobia, lesbofobia, transfobia do nosso vocabulário para que haja mais amor, respeito e igualdade de direitos”, falou.

O representante do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades em Sergipe (IBRAT/SE), Thomas Cardoso, revelou que ainda existe muito o que conquistar. “A gente segue pleiteando direitos básicos, ainda precisa falar sobre nome social, uso de banheiros para pessoas trans, acesso e permanência das pessoas trans nas universidades. A gente tem avançado, de fato, mas precisa ir muito mais além”, reconheceu.

Durante o evento, foram homenageados: Associação de Travestis e Transexuais Unidades em luta pela Cidadania (Unidas); Associação de Travestis e Transexuais de Sergipe (Astra); Movimento Lésbicas de Sergipe (Mols); Associação de Homossexuais de Sergipe (Adhones); Associação de Travestis de Lagarto (Astral); A Diversidade em Busca pela Cidadania LGBT no Baixo São Francisco (AADA); Grupo Dialogay de Sergipe, AMOSERTRANS; CasAmor; Coletivo Mães pela Diversidade; Eliana Chagas; Almir Santana; Tenisson Santana Dória; Alfrâncil Ferreira Dias; Deise Santos Nascimento; Sérgio Barreto; e Meire Mansuet.

Vale destacar que o acrônimo LGBTQIAPN+ representa, respectivamente: lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros, queer, intersexo, assexuais, pansexuais e não-binários; já o sinal “+” serve para abranger a pluralidade de orientações sexuais e variações de gênero. O evento foi realizado no Plenário da Alese.

 

Fotos: Joel Luiz / Agência de Notícias Alese

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