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Alese promove debate sobre Sistema Prisional Feminino em Sergipe

Por Habacuque Villacorte – Rede Alese

A Assembleia Legislativa promoveu, durante o Grande Expediente da sessão dessa quinta-feira (15), uma palestra sobre o Sistema Prisional Feminino em Sergipe. O debate, proposto pela deputada estadual Kitty Lima (Cidadania), contou com exposição da diretora do Presídio Feminino, Andréa Fernanda Andrade, e a estudante de Direito e egressa do sistema prisional, Iza Jaqueline Barreto.

Ao fazer sua exposição, Iza Barreto agradeceu aos deputados pela oportunidade de falar sobre o assunto na Alese e, como mulher negra e ex-presidiária, comentou sobre as dificuldades de ressocialização para egressas do sistema prisional. “Como é difícil ser reinserida na sociedade. Infelizmente esse processo de ressocialização eu tive que aprender sozinha. Não tive muitos meios que me ajudaram a chegar até aqui”.

Em seguida, a estudante disse que também é militante do movimento Hip Hop, que busca mais mulheres para lutarem pela causa e que já teve que trancar o curso, por duas oportunidades, por falta de recursos, reclamando da falta de empregos para as mulheres negras e ex-presidiárias. “Como podemos reassocializar? Isso é importante para mim, para a minha família, mas também para a sociedade em geral”.

Para Iza não basta apenas “fiscalizar” o sistema prisional, mas também é importante desenvolver projetos sociais que garantam a ressocialização das internas. Segundo ela, outro problema que as mulheres esbarram é o machismo. “Dos 48 internos que estão trabalhando pelo Conselho da Comunidade de Execução, apenas cinco são mulheres. Às vezes a mulher falta porque é gestante, porque tem dias em que não acorda bem e precisa faltar, mas as empresas precisam ter lucros e muitas mães de família trabalhadoras ficam de lado”.

Por fim, Iza destacou o “Projeto Rapunzel”, onde se trabalha com as internas a questão da beleza, dando estrutura e cursos de corte, manicure, design de sobrancelhas e mega hair. Por sua vez, ela reconhece algumas dificuldades. “A volta pra casa do presídio é difícil. A mãe interna já recebe um ‘fardo’ que suas famílias carregam enquanto elas estão presas.  Temos um projeto social no Orlando Dantas voltado para a comunidade, mas não temos estrutura e nem material, não temos apoio governamental. Nós acreditamos, fazemos tudo com o próprio punho, porque acreditamos que bandido bom é bandido ressocializado”.

Andréa Fernanda Andrade

Palestrante faz exposição sobre sistema prisional

Guarda de Segurança do Sistema Prisional há 15 anos e há dois anos como diretora do Presídio Feminino, Andréa Andrade agradeceu a todos pela oportunidade de poder falar sobre o sistema, em especial, a deputada Kitty Lima. Ela fez um relato de como a mulher chega ao sistema prisional passando por uma triagem (cartório, setor de saúde e Serviço Social).

“Depois de catalogadas todas as informações a respeito da interna, temos o cuidado de perguntar se ela tem filhos de 0 a 12 anos ou deficiente físico. Depois dessa acolhida, ofertamos exames e testes rápidos de sífilis e HIV e, no setor social, traçamos todo o perfil dessa mulher, para verificar o que ela está precisando, baseado na Lei de Execuções Penais”, colocou a diretora.

Ela destacou as parcerias com as Secretarias de Educação e de Inclusão. “Temos salas de aula e duas professoras. São duas turmas com 25 internas cada. É importante para essas mulheres serem ressocializadas. Temos ainda dois projetos: o Florescer e Odara. O primeiro é uma parceria com o Ministério Público Estadual, onde promovemos cursos para as internas. Depois dele, elas vão para o Odara onde nós produzimos a costura de tecidos doados pela Sefaz e confeccionamos bolsas e roupas que fazemos chegar em outras mulheres, para provar que as internas conseguem produzir sonhos, artes, que podem recomeçar”.

Kitty Lima

Deputada Estadual Kitty Lima

A autora do requerimento, deputada Kitty Lima se mostrou contemplada com as exposições e os debates. “Muito do que foi dito aqui eu queria expor. O objetivo é externar mesmo, mostrar para as pessoas a realidade dessas internas. As pessoas vão entendendo a importância dos projetos e aquela mulher esquecida precisa ser empoderada”.

Em seguida, Kitty Lima disse que é preciso promover e destacar o valor das internas. “Elas precisam voltar para a sociedade ressocializadas. Estão provando que podem fazer a diferença. Vamos valorizar essas mulheres. Eu acredito em vocês, nos projetos e nas meninas. Vamos acabar com esse preconceito que não tem mais necessidade de existir”, pontuou.

Fotos: Jadílson Simões

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