Por Aldaci de Souza
O Plano de Desenvolvimento do Estado de Sergipe elaborado pela Assembleia Legislativa em parceria com a Fundação Dom Cabral, lançado pelo presidente Luciano Bispo no último dia 7 de julho, vem sendo utilizado como fonte de pesquisas para estudantes do curso de Turismo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS).
De acordo com a professora Nara Vieira de Souza, Doutora em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e coordenadora do Escritório Modelo de Turismo (EMTUR) – laboratório do curso superior de Turismo do IFS, a utilização do Plano de Desenvolvimento do estado até 2030 está sendo útil para as instâncias educacionais na proposta de explicar sobre políticas públicas; direcionando também para a área de planejamento em gestão de turismo.
“O Plano de Desenvolvimento do Estado tem um parâmetro para nós educadores na área dos cursos de Turismo tanto em nível superior na área de gestão, quanto em nível técnico para que enquanto discentes, eles possam ter discernimento para direcionar as áreas do plano às políticas públicas que vão ser implementadas até 2030 no estado de Sergipe. Os alunos fazem a leitura desse cenário da multiplicidade da atividade turística dentro dos setores que vão dialogar tanto com o turismo no plano estratégico diretamente, como nas outras áreas”, explica a professora citando que o planejamento em gestão do turismo é outra área trabalhada com os alunos.
Nara Vieira ministra as disciplinas Políticas Públicas de Turismo e Planejamento e Gestão do Turismo, além de orientar trabalhos de conclusão de curso (TCC) e atuar na área de Educação Ambiental.
“Esse plano estratégico vem sendo utilizado em nível educacional no IFS, dando um direcionamento para as pessoas entenderem como vão preparar projetos e programas fazendo um desenho de novas propostas como gestores e para a gestão, para que saiam do curso como gestores com olhar de como desenhar projetos que dialoguem e sejam alinhadas estrategicamente com as propostas do estado de Sergipe”, observa.
Potencial
No estudo desenvolvido por profissionais da Fundação Dom Cabral, o turismo ainda contribui pouco com a geração de renda e emprego no Brasil, se comparado a diversos países, considerando os diversos atrativos naturais existentes. A grande distância geográfica dos países mais ricos e os elevados custos de passagens aéreas internacionais e domésticas influenciam o desempenho. “Apesar desses fatores estarem fora da possibilidade de serem alterados pelos governos estaduais, ainda assim é possível conjecturar que Sergipe tem potencial a ser explorado com o turismo”, relata o documento destacando um desempenho nos serviços de alojamento e de alimentação nos últimos anos.
O Plano observa que em 2017, 5,76% das empresas sergipanas pertenciam ao setor de alojamento e serviços de alimentação, empregando 3,60% da população formal, sendo responsável por 1,72% dos salários pagos no estado; as atividades hoteleiras aglutinavam 0,83% das empresas, empregando 0,74% e 0,36% das empresas sergipanas atuava como agências e viagens, operadores turísticos e serviços de reservas; índices acima dos registrados em anos anteriores.
Menos hotéis
As análises sugerem que as unidades hoteleiras sergipanas são relativamente menores que as dos estados vizinhos, aonde o potencial turístico encontra-se aparentemente mais bem aproveitado.
“Seria importante ao setor público dialogar com a iniciativa privada e entender os motivos por trás da situação constatada, para esclarecer restrições que empresários do setor possuem para a construção de hotéis em estilo resort. Compreendendo essas barreiras, caberá ao poder público articular-se para superá-las, a fim de permitir um melhor aproveitamento do potencial turístico que o estado possui. Políticos do estado, independentemente de suas agremiações partidárias, poderiam agir em bloco para pressionar o Governo Federal a melhorar a qualidade das rodovias que cortam o estado”, sugere.
O estudo mostra a importância de se implementar políticas que permitam que recursos sejam mais bem alocados, sendo destinados a setores e atividades em que a expectativa de rentabilidade seja definida pelas oportunidades e vantagens comparativas que Sergipe possui, minimizando a influência de incertezas regulatórias e custos de entrada e saída no cômputo de lucros e investimentos.
Foto: Agência de Notícias Alese