Por Aldaci de Souza – Rede Alese
A votação do projeto de lei do Poder Executivo, referente à Reforma da Previdência Estadual, voltou a ser tema de pronunciamento do deputado Georgeo Passos (CIDADANIA), na sessão desta terça-feira, 3, na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese).
“Aproveitando que a Casa está com vários trabalhadores do magistério e do fisco e lendo uma matéria do jornalista Habacuque Villacorte no jornal Cinform, alertando que o governador Belivaldo Chagas e a vice-governadora Eliane Aquino, vão enviar a Reforma da Previdência à Assembleia sem ouvir os servidores, é que eu trago mais uma vez esse tema importante, que envolve muita gente e a gente precisa debater antes de votar”, ressalta lembrando que cada vota com a consciência.
Georgeo Passos lembrou que ainda não pode declarar seu voto sem antes ter acesso ao projeto de lei.
“Diferente do que alguns setores da imprensa estão afirmando, desde ontem eu venho me pronunciando nesta Casa, destacando que não posso adiantar meu voto sem antes ler o texto que inspira muito cuidado, portanto meu voto não está decidido e esperamos que, quando essa matéria chegar aqui, tenhamos tempo para discutir e analisar com tranquilidade, verificando o que está escrito para nos posicionar no momento adequado”, ressalta.
O parlamentar acrescentou que “mais uma vez, o governo vai encaminhar uma matéria que mexe com a vida dos servidores, sem dialogar. Foi isso que aconteceu no projeto de lei complementar que envolve o magistério; o fim da licença prêmio deve chegar a qualquer momento nesta Casa e agora a Reforma da Previdência, ou seja, um final de ano com muitas matérias importantes. Os trabalhadores devem estar atentos e mobilizados para essa situação”.
Apartes
A deputada Kitty Lima (CIDADANIA) afirmou que vem cobrando uma posição quanto ao tempo hábil para discutir o projeto com os trabalhadores. “Mas até agora ninguém respondeu. Eu quero clamar à mesa diretora dos trabalhos, pois não estou vendo o líder do governo aqui e precisamos saber quando vai chegar, o tempo que vai ter para discutir, se vai abrir para escutar todo mundo; precisamos dessa resposta hoje”, destaca.
“Infelizmente a marca do governo Belivaldo Chagas é a da ausência de diálogo e eu falo isso com tristeza no coração, lembrando que num evento que teve aqui na Assembleia Legislativa sobre as contas públicas e a saúde financeira, ele saiu sem que pudéssemos fazer os questionamentos. É uma praxe dessa Casa, os projetos de lei chegam aqui e eles colocam e aprovam em caráter de urgência, sem nenhum debate. Com esse da previdência, não podemos deixar de ter uma audiência pública para discutir cada ponto da matéria que visa retirar direitos dos trabalhadores historicamente conquistados”, complementa o deputado Dr. Samuel Carvalho (CIDADANIA).
O deputado Gilmar Carvalho (PSC), disse que votará contrário antes mesmo de ler o teor da proposta que será encaminhada à Alese. “A previdência não foi quebrada pelo servidor, pelo aposentado ou pelo pensionista. Quem quebrou foi o governo e não apenas o atual, então de antemão, já digo com a maior tranquilidade. Votarei e me posicionarei contra, pois jamais em momento algum tive qualquer posição que fosse contra aos interesses legítimos dos servidores do estado, dos aposentados e pensionistas que vivem sacrificados recebendo no dia 12 do mês seguinte. O governo não vai contar comigo porque eu tenho posição”, alerta.
O deputado Capitão Samuel (PSC), informou ser da bancada do governo e ter sido chamado a votar em projetos polêmicos, seguindo a orientação da bancada, mas no projeto da Reforma da Previdência, vai seguir o governo do PT.
“A diferença vai ser essa: aquilo que o Partido dos Trabalhadores defender, eu vou discutir e levar para Bolsonaro. Em 2006, entrou o governo de Deda que acabou com a carreira dos professores; depois todos ficaram com Jackson Barreto, que arrochou também. Na minha classe, quem me prejudica não vamos estar juntos. É preciso ter coerência e ser esquerda no momento do governo e da eleição também. Eu não posso ter lado contra os trabalhadores, mas vejo que, quando é bônus eu sou governo e quando é ônus, não sou. É muita fala, mas o projeto não chegou aqui ainda”, enfatiza.
E o deputado Zezinho Guimarães (MDB), observou que o pior cego é o ideológico. “Quero deixar patente essa cegueira ideológica é aquela que prefere o conforto da opinião, mas não quer o desconforto da reflexão. Pode gostar ou não, um dia o almoço vem para se pagar. Acabou e agora vamos ter que pagar um preço caro por causa das distorções populistas que se foram criando ao longo do tempo porque preferem ficar na enganação, com uma disfarçatez impressionante. A conta chegou, ou a gente vai tratar assuntos sérios com seriedade ou continuar com esse populismo desenfreado”, acredita.
Fotos: Jadilson Simões