A professora e porta-voz do Centro de Valorização da Vida (CVV), Silvia Aquino, participou na manhã desta sexta-feira, 29 na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), de uma audiência pública sobre prevenção do suicídio, cuja propositura é de autoria do presidente da Alese, deputado Luciano Bispo (PMDB). De acordo com ela, as estatísticas mostram que os números de suicídios são alarmantes no mundo, no Brasil e em Sergipe. Para se ter uma ideia, no Brasil, 29 pessoas cometem o suicídio no Brasil e o Sergipe ocupa o segundo lugar em número de casos na Região Nordeste.
“O Estado de Sergipe está em segundo lugar no Nordeste em número de casos de suicídio, então realmente é uma epidemia, é um caso de saúde pública e infelizmente os órgãos oficiais não estão dando conta de tantos casos. Nós do CVV como serviço voluntário de prevenção ao suicídio, estamos no Setembro Amarelo, convocando mais uma vez toda a sociedade para um olhar mais positivo na prevenção do suicídio”, afirma.
Silvia Aquino informou não existir um perfil das pessoas que praticam o suicídio. “Nós do CVV atendemos de crianças até idosos. Antigamente os suicídios aconteciam na faixa etária entre 20, 30 e 35 anos, mas nos últimos anos, o número de casos aumentou muito entre crianças, adolescentes e idosos; inclusive, aumentou em 12%, o número de casos entre adolescentes entre 15 e 29 anos nos últimos anos”, lamenta.
Ela lembrou que o CVV atende das 7h às 22h diariamente, inclusive aos domingos e feriados pelos telefones 0800 284 44 56 e (79) 3213-7601. “Nós também fazemos palestras quando somos convidados para escolas, por repartições e qualquer lugar em que pudermos nos expressar e também realizamos cursos para quem quer ser voluntário do CVV”, completa.
Transtornos mentais
O psiquiatra Bruno Rêgo também participou da audiência pública e parabenizou o deputado Luciano Bispo pela propositura. “O deputado Luciano Bispo está de parabéns pela iniciativa em discutir um assunto tão importante na Assembleia Legislativa e eu fiquei muito honrado em poder tratar do assunto, pois 96,2% das pessoas que cometem o suicídio, elas padecem de um transtorno mental na vigência do ato”, anuncia.
Ele destacou em sua fala, a importância do tratamento das pessoas e como tentar combater o estigma para que elas possam acessar os psiquiatras e os serviços de saúde.
“E com isso possam diminuir o índice alarmante de suicídio no mundo. Como boa parte dessas pessoas padecem de transtornos mentais não tratados, para a gente, o mais importante é o tratamento, já que a doença mental não tratada é o fator de risco mais significativo para que alguém cometa o suicídio. Por isso, é importante que as pessoas e os familiares diminuam o estigma quanto á doença mental, e consigam ser tratadas”, diz acrescentando que os principais transtornos são o de humor (bipolar e a depressão), uso e abuso de álcool e substâncias psicoativas,além da esquisofrenia.
Por Agência de Notícias Alese – #redealese
Fotos: Jadilson Simões