“A estrutura da Previdência Social é viável, ela não está falida, não está quebrada como o Governo está dizendo. É uma mentira dizer que esse sistema é inviável”. A afirmação foi feita na manhã desta sexta-feira, 04 no plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe, pelo ex-ministro da Previdência Social, Carlos Gabas.
De acordo com ele, o que o Governo Federal está fazendo é reduzir a proteção pública para abrir espaço para a iniciativa privada.
“É privatizar um serviço, uma proteção que deve ser pública e isso nós não concordamos. Na gestão da presidenta Dilma, nós fizemos uma agenda, um calendário de discussões e o primeiro item nosso era a cobrança das dívidas da Previdência Social. Os grandes empresários devem mais de 500 bilhões à Previdência e o Governo agora que diz que a Previdência está quebrada, ao invés de cobrar essas dívidas, fez uma anistia. Isso não faz sentido, pois quem está quebrado não faz anistia”, entende.
O ex-ministro ressaltou que existem desafios a serem enfrentados. “A logenvidade é uma delas, a população está envelhecendo e nós temos que encontrar assim como outros países já fizeram. Temos alternativas de fonte de financiamento que sejam capazes de garantir recursos para pagamento de benefícios. Não podemos colocar na conta da sociedade uma penalização por uma crise econômica que este Governo aprofunda ao reduzir a participação do Estado na economia”, completa dizendo que a única forma de barrar a reforma é a pressão popular.
Processo de debate
O presidente do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores em Aracaju, Jeferson Lima, afirmou que a audiência sobre a Reforma da previdência foi pensada no sentido de mostrar aos participantes, os impactos na sociedade.
“Nós estamos em parceria com seis sindicatos filiados à CUT nesse debate sobre um assunto que está na ordem do dia, que é a Reforma da Previdência e os impactos na sociedade brasileira. No dia de ontem o ex-ministro participou de um debate na UFS e hoje está aqui fazendo essa audiência pública no plenário da Assembleia para falar sobre o que está de fato em jogo na Reforma da Previdência, esse desmonte, os ataques à Previdência Rural, os ataques aos direitos sociais que vêm acontecendo no Governo Michel Temer e o objetivo que é aprovar a Reforma da Previdência agora até o mês de outubro”, informa.
“O ministro vem com esse objetivo de conversar principalmente com os movimentos sociais, com os sindicatos, para que a gente possa criar além de um processo de debate, um processo intenso de mobilização esclarecendo que não tem déficit e nem crise no sistema previdenciário brasileiro”, complementa.
Direitos
Representantes dos seis sindicatos em Sergipe: dos Telefônicos, dos Eletricitários, das Telecomunicações, dos Mineiros, dos Correios e dos Professores, participaram da audiência no plenário e nas galerias da Alese e mostraram preocupação com os direitos dos trabalhadores.
“O Governo quer de qualquer forma, tirar os direitos dos trabalhadores que vão perder muito, principalmente quanto a aposentadoria com 65 anos, quando o mercado já entende como velhas, as pessoas com 45 anos, a exemplo de setores como a construção civil e nas áreas mais insalubres. O ex-ministro tem experiência, inclusive já foi presidente do INSS e está imbuído de nos trazer informações mais precisas da reforma. Nós trabalhadores precisamos nos unir, agora não tem mais bandeira, não tem mais partido. Temos que estar unidos com o sindicato e a população porque senão o trator vai passar por cima de todos nós”, diz o presidente do diretor de Comunicação do Sindicato dos Telefônicos do Estado de Sergipe (Sintel), José Márcio Oliveira.
Prejuízos
Para a deputada Ana Lúcia Vieira (PT), a Reforma da Previdência trará prejuízos aos trabalhadores.
“É de extrema importância o movimento sindical estar organizando e trazendo uma pessoa que conhece profundamente a questão da Previdência para mostrar aos trabalhadores, o blefe, a mentira que essa reforma que vem apenas para prejudicar a classe trabalhadora”, entende.
A audiência foi aberta pelo presidente da Alese, deputado Luciano Bispo (PMDB) e conduzida pelo presidente do Sintel e representante da CUT/SE, Jairo de Jesus. Participaram ainda da composição da mesa, a deputada Ana Lúcia Vieira (PT), a superintendente executiva da Casa Civil, Conceição Vieira, a vice-prefeita de Aracaju, Eliane Aquino, o presidente do Diretório municipal do PT, Jefferson Lima e o representante do Dieese, Luis Moura.
Por Agência de Notícias Alese
Fotos: Jadilson Simões