O deputado estadual Francisco Gualberto (PT) fez nesta quarta-feira (22) uma forte critica à tentativa de privatizações de órgãos públicos no Brasil. Durante palestra da presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB), Ivânia Pereira, na Assembleia Legislativa de Sergipe, Gualberto disse que o projeto de desmonte do estado brasileiro é perverso e a sociedade precisa ficar atenta a isso. “Se engana quem acha que se a iniciativa privada tomar conta de tudo, algo vai melhorar nesse país”, afirmou.
Segundo o deputado, está clara a tentativa de desmontar o setor público no Brasil. Como exemplo, ele lembra que nesta semana o presidente ilegítimo Michel Temer mandou para o Congresso Nacional um projeto de lei com a intenção de amenizar as dívidas dos estados. No entanto, para ter acesso aos benefícios do projeto, o estado não poderá fazer concurso público, nem conceder nenhum reajuste a servidor, terá que aumentar a cota previdenciária estadual para 14%, e privatizar água, banco ou energia. “É um projeto sólido, não se trata de uma coisa à toa. Eles querem ir comendo pelas beiradas. É um projeto do capital nacional e internacional”, disse.
O deputado se diz contrário às privatizações porque defende um Estado que tenha instrumentos que possam contribuir com o aspecto social do próprio estado. “Esse projeto de estado mínimo tem a finalidade de desmoralizar e enfraquecer a participação popular e a democracia brasileira. O capital privado é que busca dominar tudo. E o capitalismo só visa lucro”, garante Francisco Gualberto. “Se o Brasil der mais um passo para entregar setores estratégicos à iniciativa privada, como fez Temer agora com o Marco Regulatório do Petróleo, daqui a alguns anos nós seremos uma colônia piorada, considerando dois séculos atrás”.
Para Francisco Gualberto, há anos vem se buscando no Brasil uma política que entre no conceito do neoliberalismo e do domínio do grande capital privado sobre o país. “Se é para a iniciativa privada tomar conta de tudo, o setor público precisa ser expulso. Tenho consciência dessa luta do setor privado para tomar tudo o que for importante do Estado e dominar”, disse.
Ele lembra que há pouco tempo foi anunciado um projeto de lei na Assembleia Legislativa que determinava um plebiscito para uma suposta venda do Banese ou Deso, mas logo se colocou contrário à proposta. “Alguns companheiros aqui não entenderam. Mas seria, e sou, contra porque tenho consciência de que para que a opinião pública fique contra o Banco do Brasil, Banese, Deso, Caixa, basta uma semana de publicidade negativa intencional. Na hora que fizer o plebiscito a maioria da população vai dizer que é a favor da privatização. Os marqueteiros da elite sabem como fazer isso muito bem”, afirmou. “Votar num projeto desse é facilitar a privatização”.
Assessoria Parlamentar