O Conselho Regional de Psicologia em Sergipe está desenvolvendo a Campanha do Janeiro Branco, visando a conscientização em torno da saúde mental da população. Na manhã desta quinta-feira (05), a conselheira da entidade, Paula Marques destacou na TV Alese, a importância da campanha.
De acordo com ela, a saúde mental é a saúde como um todo. “A gente está num ‘up’ da sociedade se preocupar com a saúde física, precisa fazer caminhada, academia, para que o corpo esteja legal, mas esquece muito da saúde mental, que não se trata exclusivamente de ter um distúrbio, um transtorno, mas de cuidar de você mesmo, de se ter qualidade de vida, ter um cotidiano sem que se estresse tanto, sem que tenha que viver sempre ansiosamente”, ressalta.
Paula Marques lembrou que cuidar da saúde física traz um benefício muito grande e as religiões são importantes na vida das pessoas. “Mas a gente precisa de um conjunto de coisas e quando apresenta um sinal ‘amarelo’, precisa procurar ajuda terapêutica. Não precisa ter um problema psiquiátrico para procurar um psicólogo, uma ajuda mais direcionada”, explica acrescentando que a Organização Mundial de Saúde tem informado um aumento abrupto de pessoas que têm transtornos ansiosos e depressão, por conta do excesso de trabalho profissional e em casa, o que acaba extravasando.
A psicóloga informou que nas cidades de Uberlândia (MG) e Campinas (SP), o Janeiro Branco já é lei e já preconiza no calendário. “Estamos trazendo para Aracaju o Janeiro Branco. A campanha ganhou esse nome porque é o começo do ano, é o mês que devemos pensar na vida, o que precisa mudar, ser revisto no casamento, com os filhos, com o corpo, enfim, o compromisso de qualidade de vida e o psicólogo pode auxiliar, para que não possa ter um transtorno mental e de fato ter que procurar uma ajuda psiquiátrica”, explica.
Ela enfatizou que a felicidade está dentro de cada um. “Quando a gente precisa dar uma mexida na vida, em algumas coisas disfuncionais, pode procurar ajuda para mudar. Com pequenas mudanças na vida da gente, podemos causar mudanças gigantescas principalmente no que diz respeito a ansiedade”, entende.
Depressão
A Organização Mundial de Saúde já decretou a depressão como o mal do século. “A gente começa a fazer as coisas e não consegue se desligar por um minuto. As pessoas estão sempre muito aceleradas, não conseguem desacelerar com um minutinho de Ioga, de meditação e aí entra o processo de ansiedade. Ela é a mola propulsora para a depressão e outras patologias”, esclarece.
“Meditar é dar um tempinho para a respiração e perceber como está, até que ponto está conseguindo gerir a vida, parar um pouquinho para as turbulências pararem. Muitas vezes vamos deixando as coisas acontecerem e quando vê a luzinha que um dia era amarela já virou uma luzona vermelha e é preciso parar para tomar antidepressivos, ansiolíticos, antipsicóticos e outros medicamentos porque já abusou na saúde mental”, completa.
Efeitos
Para se ter uma ideia, os efeitos negativos do estresse, da violência, preconceito, intolerância de gênero e /ou religiosa, afetam os relacionamentos, as atividades e o convívio social; sem contar com fatores como múltiplas jornadas de trabalho, principalmente no caso das mulheres, podem colocar em cheque a qualidade de vida, sendo um caminho ao desenvolvimento de transtornos e fobias. “Por isso, não há como cuidar somente da saúde física. Atenção à saúde mental é essencial ao bem-estar integral do indivíduo”, alerta Paula Marques.
A conselheira ressaltou que o Conselho Regional de Psicologia em Sergipe fez parcerias com algumas instituições, a exemplo de universidades e faculdades, centros de psicologias, núcleos psicanalítico e psicossocial para prestar serviços a população de baixa renda. “O Conselho Regional de Pscologia vai promover uma série de atividades como palestras de incentivo ao cuidado com a saúde mental, trabaho dirigido aos profissionais da psicologia, disponibilizar profissionais nas várias instituições que trabalham com saúde mental e uma caminhada para estimular um olhar diferente para a vida, para a saúde emocional”, conclui.
Por Agência de Notícias Alese
Fotos: Jadilson Simões