A deputada Ana Lúcia (PT), fez um discurso inflamado na manhã desta quinta-feira (24) na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), lamentando que que a justiça tenha colocado em liberdade, o acusado de ter assassinado seu primo, o jornalista e empresário Igor de Faro Franco, no dia 25 de outubro de 2016 na porta do empreendimento da vida, o Restaurante Salomé, na Atalaia.
“É uma situação muito grave porque passa o nosso Estado que é a questão da violência. Todo mundo sabe que o empresário Igor de Faro Franco tem laços parentescos comigo. Hoje de manhã fui surpreendida com um telefonema da minha prima, apavorada, porque um dos suspeitos, indiciado, foi solto. Primeiro quero dizer que a nossa família não tem formação de vingança e nem de intolerância. Acreditamos que na terra nossa passagem é muito rápida e a gente tem que buscar o máximo uma relação de respeito, de entender as diversidades e as diferenças. Foi um ato brutal e há um conflito muito grande, que gera insegurança a todas as famílias”, esclarece.
A deputada destacou que a sua família não é rica. “Mas é uma classe média que se constituiu muito estudando. O Igor não tinha nenhuma dívida com agiotas; construiu a sua empresa com a ajuda dos seus pais; Igor não tinha nenhum inimigo, pelo contrário era uma pessoa queridíssima com um temperamento extremamente leve, acolhedor. Uma das suspeitas é a concorrência, o comércio. Com essa política fascista que está na sociedade, da intolerância, de achar que quem pensa diferente, quem tem outra religião, tem que ser exterminado e é isso que está acontecendo nesse país após o Golpe, a questão é muito séria”, enfatiza.
Audiência
Ana Lúcia lembrou que os pais, irmãos e a esposa de Igor, tiveram uma audiência com o secretário de Segurança Pública.
“Todos saíram convencidos que essa dupla (um adulto de 31 anos e um adolescente de 16 anos), já vinha praticando assaltos na região. A família pediu orientação, a Secretaria assegurou que a família não corre risco de morte, assegurou que a versão era essa, a família reabriu o restaurante e passou a manter seu sofrimento, a perda que é irreparável, desmonta todos emocionalmente, mas continuando a vida. De repente é surpreendida com a informação de que o adulto, que é quem faz todo o planejamento e que dirigia a moto, ontem foi solto com uma tornozeleira, porque o juiz disse que não tem nenhuma comprovação e que as provas mostram que não foi ele”, lamenta.
A deputada acrescentou estar havendo um conflito entre os poderes. “Esse Poder aqui é mediador e eu peço que a Presidência e a Comissão de Direitos Humanos possamos conversar com a SSP para dar segurança à população de Sergipe. Uma família que a vida inteira viveu do estudo, da autonomia, do concurso público e vê uma tragédia dessa. Que resposta vão dar à sociedade? As outras mães não têm a consciência, em clareza dos seus direitos para estar cobrando, mas aqui eu cobro dessa tribuna porque o povo me deu esse direito e essa responsabilidade. A secretaria manda, a Justiça solta e fica por isso mesmo e qualquer coisa justifica estar tirando a vida das pessoas. Solicito que peça essas audiências não para a deputada Ana Lúcia, mas para que esse Poder mediador possa dialogar com os Poderes Executivo e Judiciário.
O acusado de matar o jornalista Igor de Faro Franco, dono do bar Salomé, foi colocado em liberdade pelo juiz Leonardo Souza Santana, da 2ª Vara Criminal. O magistrado entendeu que faltam no processo judicial, provas suficientes que indiquem a participação do acusado no crime.
Por Agência de Notícias Alese
Foto: Jadilson Simões