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25 de julho: dia de representatividade, luta e empoderamento das mulheres negras de Sergipe

Por Assessoria Parlamentar

Desde 1992, o dia 25 de julho foi internacionalmente reconhecido como o Dia da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha. A data relembra o marco internacional de luta e resistência da mulher negra para reafirmar a necessidade de enfrentar o racismo e o sexismo vivido até hoje por mulheres que sofrem com a discriminação racial, social e de gênero.

No Brasil, a luta antiracista foi fortalecida pelo Estatuto da Igualdade Racial, e a partir de 2014, a data foi nacionalmente reconhecida como o Dia da Mulher Negra e de Tereza de Benguela, conforme a lei nº 12.987/2014, sancionada pela ex-presidenta Dilma Rousseff. Tereza de Benguela foi líder do Quilombo de Quariterê, localizado no Vale do Guaporé, no Mato Grosso, (1750-1777). Símbolo de liderança e força, Tereza de Benguela construiu e comandou um movimento de resistência à escravidão por duas décadas, lutando pela liberdade do seu povo.

Em Aracaju, seguindo a tradição de grandeza do legado, a deputada estadual Linda Brasil (Psol), no período em que esteve vereadora da capital, propôs um projeto de lei que foi aprovado e virou lei, incluindo no calendário oficial de Aracaju, o Dia Municipal da Mulher Negra – Rejane Maria Pureza do Rosário, a ser comemorado, também, no dia 25 de julho. Uma lei para homenagear e dar visibilidade à história de lideranças como Rejane Maria, mulher negra e militante dos Direitos Humanos e da luta antirracista.

“Se existe uma data para exaltar a luta e importância das mulheres negras, é para garantir e ampliar suas conquistas, mas também porque ainda há um contexto de muita violência e racismo, onde mulheres negras são as maiores vítimas. É por meio da instituição de uma data no calendário que movimentamos ações, atitudes, impactamos a cultura e também políticas públicas. A partir dessa lei, estimulamos que a administração municipal incentive que seus órgãos e empresas públicas criem ações de incentivo e atuem de forma colaborativa com ONGs e Associações para inserir a discussão e problemáticas na sociedade”, pontuou Linda.

Rejane Maria deixou sua marca em diversas organizações sociais negras, como a União de Negros pela Igualdade (Unegro), a Sociedade Afro-Sergipana de Estudos e Cidadania (Saci) e a Sociedade de estudos étnicos, políticos, sociais e culturais Omolàyé. Em Aracaju, a trajetória de Rejane desenvolveu o Coletivo de Auto-organização de Mulheres Negras de Sergipe Rejane Maria, que promove a troca de experiências entre mulheres negras sergipanas de vários segmentos sociais, estimulando-as a refletir e debater sobre a complementaridade de suas lutas e estabelecer redes de solidariedade para a atuação nas instituições e nos movimentos.

Nesta terça-feira, a Rede de Mulheres Negras de Sergipe realiza a 11º edição do julho das pretas, uma ação política e de agenda conjunta construída por organizações e movimento de mulheres negras do Brasil, que pensam no fortalecimento da ação política coletiva e autônoma das mulheres negras nas diversas esferas da sociedade brasileira. Como parte da programação, as mulheres negras sergipanas vão às ruas na luta por direitos, reparação e pela consolidação do bem viver na marcha: “Mulheres negras em marcha por reparação e bem viver”.

“Eu acho muito importante, que nós, mulheres negras ocupem os espaços políticos para construirmos para as nossas e com as nossas. É um espaço que nos foi negado há muito tempo, mas que agora a gente tem essa oportunidade de entender e melhorar a qualidade de vida para as nossas. Infelizmente, nós, mulheres negras, fazemos parte das piores estatísticas, mas quando a gente pensa politicamente uma forma de mudança dentro do nosso estado e do nosso Brasil, a gente consegue mudar a nossa realidade, porque quando a gente constrói, a gente entende e escolhe quem sente a nossa dor”, destacou Iza Negratcha do GT de Direitos Humanos da mandata.

Infelizmente, as mulheres negras representam o segmento mais subalternizado na sociedade e em desvantagem nas políticas públicas no mercado de trabalho, educação, representação política, entre outros espaços e meios. E, quando há uma violência contra a mulher, a vítima é negra em mais da metade dos casos.

Para a coordenadora do GT de Juventude e Cultura da mandata, Maluh Andrade, é preciso, cada vez mais, destacar a importância do protagonismo da mulher negra na sociedade. “A importância da mulher negra no protagonismo da sociedade é entender as narrativas da nossa história, a construção da nossa história e de que forma a gente pode traçar estratégias não só de ocupação, mas de pertencimento em todas as esferas sociais. Hoje a gente tenta, de alguma forma,  mobilizar a sociedade para que entenda o pertencimento afirmativo da nossa existência em todos os espaços”, pontuou.

A concentração da Marcha de Mulheres Negras de Sergipe será na praça da Catedral, a partir das 14h e representa uma luta pela construção de uma sociedade sem racismo, machismo, LGBTfobia, capacitismo e outras violências.

Fotos: Jande Marques

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