Nesta quarta-feira, 6, a deputada estadual Linda Brasil (PSOL), líder da oposição, usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) para repercutir as denúncias veiculadas pela TV Sergipe referentes às condições dos atendimentos em alguns Centros de Referência da Assistência Social (Cras) de municípios sergipanos, bem como os dados de uma matéria da equipe da Mangue Jornalismo, que mostra o cenário crítico no que se refere aos índices de desenvolvimento sustentável das cidades sergipanas. Em sua fala, a deputada cobrou uma resposta urgente dos Municípios e do Governo do Estado no enfrentamento dos problemas das políticas sociais, área, considerada pela parlamentar, como abandonada, o que tem afetado diretamente milhares de famílias que dependem dos serviços oferecidos para garantir direitos básicos e acolhimento social.
Linda trouxe as denúncias transmitidas pela equipe de reportagem da TV Sergipe, do mau atendimento em alguns Cras em Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, além de outros municípios. “A entrevista foi feita em frente ao Cras de Aracaju, no Jardim Esperança, mas outros usuários começaram a denunciar as mesmas condições em outros Cras em Aracaju, em Socorro, e em outros municípios. Não podemos aceitar que um centro de atendimento tão importante como esse, que é porta de entrada para os serviços da Assistência Social, como o BPC, o Bolsa Família, cestas básicas, o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos se encontrem nessas condições. Os Municípios precisam solucionar esse problema”, cobrou Linda.
Ainda, conforme a fala da deputada estadual, alguns Cras e Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas), funcionam de maneira precária, com a falta de insumos básicos, como material de escritório e de higiene. “A situação é insustentável. Temos profissionais sobrecarregados, que se desdobram para atender o público, mas enfrentam dificuldades em oferecer o mínimo necessário para a população. É um desrespeito com as e os trabalhadores e com a sociedade. Na outra parte, temos pessoas que caminham quilômetros para terem acesso aos seus benefícios e simplesmente não conseguem esse atendimento, porque não tem profissionais, porque não tem preparo para a realização desses atendimentos”, criticou Linda Brasil.
Índice de Desenvolvimento Sustentável baixo em todos os municípios sergipanos
Aproveitando o tema, a parlamentar apresentou dados da reportagem da revista Mangue Jornalismo, que mostrou que todos os municípios de Sergipe têm índice de desenvolvimento sustentável baixo ou muito baixo. Durante seu discurso, Linda Brasil enfatizou as dificuldades enfrentadas pela população mais vulnerável e sobre a falta de garantia de direitos básicos.
“Eu quero cobrar uma resposta do Governo do Estado e da Assistência Social, Inclusão e Cidadania sobre isso, pois o que vemos é a população sem assistência. A revista Mangue trouxe a falta de ação total da Seasic, que, inclusive, nem se deu ao trabalho de responder a revista. Não respondeu porque não tem nada para mostrar, porque não tem uma política pública efetiva de transformação social. Esse governo não se comprometeu com a vida das pessoas, é um governo que só atende a classe empresarial e o povo precisando de tudo na ponta, enfrentando sérios problemas”, avalia a deputada.
Para Linda, o estado de Sergipe enfrenta uma verdadeira “calamidade pública” no que diz respeito ao desenvolvimento social dos municípios. Em uma escala que vai de 0 a 100 pontos, nenhum município atinge 50 pontos. O documento da Organização das Nações Unidas (ONU), demonstrou que em 18 municípios sergipanos, a exemplo dos municípios de Tomar do Geru, Brejo Grande, Capela, Poço Redondo e Siriri tem índices de desenvolvimento muito baixo, e as demais cidades estão com o índice baixo.
“Isso é absurdo! É inadmissível que, em um estado rico, superavitário, a população esteja sem direitos básicos. Esse governo nos deve uma resposta, deve dizer para quem governa e apresentar respostas concretas no que diz respeito às políticas públicas de desenvolvimento sustentável. Os dados mostram que os municípios pedem socorro e o governo precisa responder o que, de concreto, fará para mudar esse cenário, já que até o momento não vimos uma política pública eficiente de inclusão e promoção de cidadania”, destacou a deputada.
Foto: Jadilson Simões/Agência Alese