Por Milton Alves Júnior | Agência de Notícias Alese
Considerado um marco histórico na evolução do Brasil como nação ordeira e progressista, há exatos 134 anos era derrubada a fase monárquica que protagonizava a gestão do país, e iniciava a fase de Brasil República. Fruto do conflito nada harmonioso protagonizado entre a coroa europeia – sobretudo a portuguesa –, e, do outro lado, proprietários de terra, militares e o alto clero da Igreja Católica que defendiam a descentralização do poder, eis que o imperador Dom Pedro II instituiu a República como a nova forma de governo do Brasil. Historiadores defendem que a proclamação foi fruto da crise do império e sua incapacidade de atender as novas demandas que foram surgindo na sociedade brasileira.
Diante destas insatisfações, integrantes do próprio império convergiram-se para o movimento republicano, que, um tanto na base do planejamento e um tanto na base do improviso, realizou um golpe de Estado que colocou fim na monarquia no Brasil. É preciso destacar que os dois principais grupos insatisfeitos e que diretamente influenciaram no fim da monarquia foram: uma restrita ala composta por políticos, os quais reivindicavam a modernização do país e novas agendas para política brasileira; e, no segundo plano, os militares. Ambos orbitavam ao redor do republicanismo, forma de governo que passou a ser enxergada como moderna e como solução para o país.
Os militares que se dispuseram a comparecer ao Campo de Santana, na manhã do dia 15 de novembro de 1889 dispostos a derrubar o Império, era formado em sua imensa maioria por um conjunto de oficiais de patentes inferiores do Exército, com destaque para alferes-alunos, tenentes e capitães, que possuíam educação superior ou “científica” obtida durante o curso da Escola Militar, então localizada na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Na linguagem da época, a “mocidade militar”. Conforme destacado pela Fundação Getúlio Vargas – fonte base para a construção deste texto -, essa versão dos acontecimentos difere em alguns pontos importantes das opiniões disponíveis nos livros de história. Em alguns desses relatos, o general Deodoro da Fonseca aparece unindo simbolicamente todo o Exército; em outros, representando apenas os oficiais mais ligados à tropa, que eram chamados de “tarimbeiros”; estes geralmente não tinham estudos superiores e constituíam a maior parte da oficialidade.
Há entendimento histórico que indica Deodoro como figura de um chefe militar levado ao confronto com o governo motivado pelo que imaginava ser a defesa da “honra” do Exército. Foi somente nas vésperas do golpe que se reuniu em torno dele um grupo muito pequeno de oficiais de patentes médias. Todas as fontes disponíveis sobre o 15 de Novembro destacam a liderança que Benjamin Constant exercia sobre a “mocidade militar” formada na Escola Militar da Praia Vermelha, por ter sido durante muitos anos seu professor de matemática. Ele seria o mestre, líder, catequizador ou apóstolo desses militares. Em linhas gerais, é atribuído à mocidade militar, portanto, o papel de principal protagonista da conspiração republicana no interior do Exército.
Formados pela Escola Militar da Praia Vermelha, esses jovens contavam com dois poderosos elementos de coesão social: a mentalidade cientificista predominante na cultura escolar e a valorização do mérito pessoal. Esses elementos culturais informaram a ação política que levou ao fim da monarquia e à instauração de um regime republicano no Brasil. Outras grandes demandas da época eram o estabelecimento do laicismo no Brasil, isto é, a transformação do Brasil em um Estado laico, e a questão do abolicionismo, uma das pautas que moveram a sociedade brasileira na década de 1880. A grande maioria dos abolicionistas era adepta dos ideais republicanos, e a mobilização em defesa do movimento inclinou-se para a implantação da República.
Consequências
A Proclamação da República foi um acontecimento marcante na história do nosso país, responsáveis por mudanças significativas. Entre elas, podemos mencionar:
Implantação da República
Implantação do Federalismo
Estabelecimento do sufrágio universal masculino e fim do voto censitário
Implantação do Estado laico
Estabelecimento do presidencialismo
Ilustração: Escola Brasil
Com informações da FGV